E não é que a coisa tá tomando corpo?

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Entre os dias 1º e 3 de setembro foi realizado o 12º Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos. O evento aconteceu no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte e reuniu diversas empresas que fazem parte do ecossistema de mobilidade elétrica: de fabricantes de carregadores à empresa de distribuição de energia passando, claro, por montadoras de veículos e de outros meios de transporte elétricos. Universidades também estavam presentes, apresentando os projetos de carros elétricos feitos pelos alunos.

Em relação a outros meios de transporte, tinha de tudo: bicicletas, monociclos, diciclos (é assim que se fala?) tipo Segway, skate elétrico, carrinho de golfe, patinete, triciclos, enfim, um parque de diversões. E o melhor: havia uma área reservada para test drive desses equipamentos.

Ainda sobre montadoras, estavam presentes a Toyota, e sua divisão de luxo Lexus, e a BYD. Fiquei surpreso ao saber que a redução de alíquota de imposto só aconteceu, até o momento, para veículos híbridos. Veículos 100% elétricos, como os da BYD, ainda pagam o imposto normal e elevado, o que torna seus preços proibitivos. Pelo que conversei com os representantes da marca, é uma questão de tempo para também receberem o benefício de alíquota reduzida. Mas, isso envolve uma agenda política e, na atual conjuntura do país, não parece ser algo prioritário para o governo.

O evento, em si, não foi grande. Mas já está em sua décima segunda edição, o que mostra que existe demanda ou, pelo menos, uma boa disposição das empresas do setor em investir no desenvolvimento do mercado.

Uma das boas surpresas que tive foi tomar conhecimento de novos projetos de pontos de recarga de carros elétricos. Como a autonomia é o calcanhar de Aquiles de um carro elétrico, fiquei muito feliz por saber que a chinesa BYD está implantando dezenas de pontos de recarga em São Paulo. E não apenas na capital. Um dos pontos que já existe fica no Emporium São Paulo, na rua Afonso Braz. Adivinha se seu já não fui lá testar?  🙂

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Carregador produzido pela BYD e que está instalado no estacionamento do Emporium São Paulo da Vila Nova Conceição

Também fiquei sabendo de outros projetos de âmbito interestadual. Mas me pediram sigilo sobre o assunto. Só tenho a comentar que, se sair, será sensacional e poderá dar um grande impulso ao mercado de veículos elétricos no Brasil.

Uma das coisas que não gostei é que essas iniciativas para desenvolvimento de pontos de recarga, aparentemente, não estão integradas. Ou seja: a BYD e a BMW estão fazendo seus esforços de maneira individual, o que me parece um contrassenso neste momento embrionário do mercado. Me parece, talvez ingenuamente, que o melhor seria fazerem esforços coordenados, evitando sobreposição e otimizando o trabalho. E chamaria ainda outras montadoras como a Renault e a VW, que têm interesse em trazer seus modelos elétricos ao país. Uma grande malha de pontos de recarga daria um belo impulso ao mercado e todas venderiam mais carros.

Como a mobilidade urbana não se resume apenas a veículos de quatro rodas, é necessário dar um destaque às scooters. Havia três marcas de scooters no evento: Bull, Cooltra e Wind. Essa última, também produz mono e diciclos. Fiquei surpreso com o preço e autonomia das scooters da Wind: custam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil e podem rodar até 60 Km, atingindo uma velocidade máxima limitada eletronicamente a 60Km/h, pois é o limite aceito para serem classificadas como ciclomotores. Com esse preço e autonomia, essas scooters são uma alternativa muito interessante de transporte urbano. Fiquei muito tentado. Pra ser sincero, ainda estou.

E olha a gente aí

A CPFL estava presente, com um belo estande, para divulgar sua iniciativa de mobilidade elétrica Emotive. Aliás, a CPFL tem um BMW i3 igualzinho ao meu. E ele estava lá, exposto. Conversei com várias pessoas da empresa. Inclusive, causei surpresa ao narrar minha experiência de carregar o carro em tomadas não aterradas. Eles nunca tinham tentado fazer isso. Mas o melhor foi receber em mãos o cartão Emotive, que me permite carregar gratuitamente meu carro nos postos de recarga da CPFL, inclusive no ponto de recarga rápida disponível na rodovia Anhanguera, na altura de Jundiaí. Muito obrigado, pessoal da CPFL. Falei que receber o cartão foi o melhor? Não. O melhor mesmo foi ser convidado a palestrar num evento da empresa que vai acontecer no dia 28 deste mês. Vou passar minha visão de usuário para um time de feras do setor elétrico. A agenda do evento segue abaixo.

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Pra massagear ainda mais o meu ego, a Rádio Sulamérica Trânsito estava fazendo a cobertura do evento e eu fui entrevistado. O áudio está aqui. SOCORRO!! Preciso procurar um fonoaudiólogo urgente, pois nem eu consegui me entender ao ouvir a gravação. Ainda bem que o blog é escrito. Versão podcast está terminantemente descartada.  🙂

PS: demorei para escrever este post porque passei a semana passada fora, no paraíso chamado Fernando de Noronha. E adivinha o que tem por lá? Um Toyota Prius da polícia e um furgãozinho 100% elétrico da Renault. Vi, inclusive, a estação de recarga, mas esqueci de fotografar.