Não estamos sós!

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Tem louco pra tudo. Até para ter um i3. Eu, Leonardo Celli e nossos brinquedos.

Dia das crianças. E lá vou eu com a família, em meu brinquedo, curtir um churrasco com amigos em Campinas. Paro no posto Graal no Km 67 da Anhanguera e deixo o carro recarregando no modo CCS (carga rápida, em corrente contínua). Funcionou que é uma beleza. O treco é rápido mesmo. E, de acordo com o engenheiro da CPFL, Wendell, vai ficar ainda mais rápido em breve. Mas, mesmo nessa configuração atual, que não está com 100% de sua capacidade, foi capaz de carregar de 33% a 87,5% em cerca de 24 minutos. Espetacular!

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A recarga rápida, no modo CCS em corrente contínua, é realmente rápida.

Quando cheguei e estacionei o carro no ponto de recarga, estava sozinho, ocupando uma das duas vagas. Pausa para um pipi-stop, comprar água e, na volta, eis que tem um belo i3 cinza escuro do lado do meu carro. E um sujeito que parecia ser o dono dele por perto. E era mesmo. Conheci o Leonardo Celli, que também comprou seu i3 em maio e já rodou mais de 10 mil quilômetros com ele desde então. Desses mais de 10 mil, o Leonardo rodou apenas 800 quilômetros na gasolina. Pra efeito de comparação, eu rodei cerca de 3.500 quilômetros no mesmo período.

Voltando ao Leonardo, conhecê-lo foi quase como fazer contato com uma civilização alienígena. Não… não estamos sós no universo automobilístico.  🙂  O Leonardo prontamente me adicionou a um grupo de WhatsAPP de proprietários e interessados no i3 e, também, me adicionou a um grupo de Facebook de entusiastas do carrinho.

Batemos um papo rápido, passei a vez para ele recarregar seu i3, e parti para Campinas. Na volta, usei a bateria até uns 30% e, a partir de então, acionei o Rex. Não quis parar no posto da Anhanguera para recarregar, pois preferi voltar pela rodovia dos Bandeirantes. Aliás, abrindo um parênteses, em dezembro a CPFL vai inaugurar um ponto de recarga rápida no Graal do km 56 da Bandeirantes – UHUU!! Notícia dada em primeira mão pelo engenheiro Wendell. Valeu, CPFL!! O fato é que esgotei os 9 litros de gasolina e cheguei a um posto para reabastecer, já em São Paulo, com 24% de carga.

Abastecido, peguei o caminho de casa. Olho o painel e ele informa que o REx teria uma autonomia de 166 quilômetros. Recorde. ainda que teórico e sujeito a variações. Mas, depois de rodar us 10 quilômetros no REx, ao chegar em casa a autonomia estimada ainda era de 155 quilômetros. Foi a primeira vez que isso aconteceu. Teoricamente, o REx pode gerar até 140 quilômetros de autonomia com seus 9 litros de gasolina. Me pergunto se a BMW fez alguma alteração remota no firmware do meu carro que tenha causado esse aumento estimado de autonomia. Ou, se é apenas algum “bug” e, daqui a pouco, a autonomia estimada cairá drasticamente. Vamos descobrir.

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Me belisca que estou sonhando: o REx, gerador a gasolina, me prometendo 26 Km a mais do que o máximo projetado pela fábrica.

Workshop Emotive e novos postos de recarga

No dia 28 de setembro, a CPFL realizou o 2º Workshop de Mobilidade Elétrica. O evento, que ocupou todo o dia e foi realizado na sede da empresa em Campinas, contou com pesquisadores da Unicamp, CPqD, representantes da ANEEL, empresa de pesquisa de mercado e, claro, da própria CPFL. A iniciativa faz parte do projeto Emotive de mobilidade elétrica e eu tive o privilégio de apresentar “A Visão do Usuário”.

Acredito que alguns dos tópicos que abordei podem ser úteis aos presentes ou, pelo menos, lançar uma nova perspectiva sobre alguns temas. Por exemplo: a autonomia não é tããão determinante na compra de um carro elétrico como se pensa. Os modelos atuais possuem autonomias comparáveis a de veículos que rodam com GNV. Especialmente, os carros convertidos a gás que têm motores grandes e gastões.

Também acredito que dei algumas sugestões para ajudar a impulsionar o mercado de veículos elétricos no país: instalação de postos de recarga em condomínios residenciais ou comerciais e um modelo de comercialização semelhante ao “leasing” que a Porto Seguro faz com seu Carro Fácil. Esse modelo de leasing da Porto Seguro é voltado ao consumidor final, não exige entrada, fornece o carro com toda documentação, inclui toda a manutenção e seguro e, mais importante: apresenta uma mensalidade R$ 2.945 para um veículo que custa R$ 107 mil. Se considerarmos que a economia que um carro elétrico apresenta em relação a um carro convencional no quesito gasto de combustível pode representar algumas centenas de reais, ainda mais se o usuário morar em grandes centros urbanos, o real custo da prestação do leasing torna-se muito atraente. A grande sacada é transformar a aquisição do carro elétrico em um serviço, uma “assinatura”, como a Porto Seguro fez com os carros do seu portfolio. Isso remove uma barreira para o potencial usuário de carro elétrico que é o investimento em um bem cujo mercado ainda está embrionário. Entenda: ninguém quer arriscar casar-se com o carro. Só uns poucos porraloucas como eu.

Como sempre, o pessoal da CPFL foi extremamente atencioso e gentil. Em especial o engenheiro Wendell, que me recebeu na sede da empresa e me mostrou a frota de carros elétricos que possuem. De quebra, ainda deixei meu i3 carregando no eletroposto público que eles possuem. Também agradeço ao meu amigo Eduardo Furlan, que foi comigo para o Workshop e tirou várias fotos para registrar o momento.

O deslocamento até Campinas, para quem tem um BMW i3, é algo tranquilo. Apesar da bateria ser suficiente para ir de São Paulo a Campinas com folga, ela não é suficiente para o retorno. Assim, o REx (gerador de energia movido a gasolina) entrou em ação. E a boa notícia: fez um ótimo trabalho com uma redução de apenas 2% entre a carga da bateria que havia antes dele entrar em ação e ao final do seu uso. Em resumo: estou totalmente confortável em encarar uma viagem maior, mas consciente que precisarei abastecer o carro a cada 130 quilômetros. Isso se não houver eletropostos de recarga rápida ao longo do caminho, claro.

E, para finalizar a semana, vi no GPS do meu carro que havia dois novos pontos de recarga em shoppings da capital paulista: JK Iguatemi e Shopping Market Place. Assim, ontem, uni o útil ao agradável e levei a filha ao cinema no Market Place. Tive o privilégio de ser o chato a inaugurar o ponto de recarga. A tinta do piso ainda estava fresca e, por isso, a vaga estava isolada. Mas com meu jeitinho xarope de ser, insistente, mas sempre bem-educado, consegui parar na vaga ao lado e deixar o i3 carregando.