Inércia? Não. Movimento!

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Ontem, sábado, 27 de agosto, a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) promoveu um passeio com veículos elétricos. Esse passeio faz parte do Movimento Paulistano do Veículo Híbrido e Elétrico. Além de carros híbridos, plug-in híbridos e elétricos, o passeio contou com a participação de ônibus elétricos e híbridos, scooters, bicicletas e outros veículos que eu nem saberia dizer o nome ou categoria.  🙂

O trajeto foi da avenida 13 de maio até a Praça Charles Müller, passando pela avenida paulista. Soube do presidente da ABVE que o número de carros superou as expectativas. Isso ajuda a explicar um pouco a demora em “engrenar” o comboio que, aliás, contou com o apoio de uma viatura da CET e da polícia.

Entre os veículos, chamou a atenção a presença maciça da Toyota, com várias edições do Prius. Infelizmente, a versão plug-in, que pode rodar dezenas de quilômetros em modo puramente elétrico, não deve vir ao Brasil. Destaco, também, a Volkswagen, que levou alguns Golf híbridos plug-in, em processo de homologação. Em conversa com o Renato, da área de Brand Experience da montadora alemã, pude perceber uma franca motivação em conseguir trazer o carro por menos de R$ 100 mil. Espero que a VW consiga, realmente. Será muito bom para o mercado pois, atualmente, não conheço nenhum carro de linha elétrico e/ou híbrido à venda no Brasil com preço abaixo dos seis dígitos. Aliás, de acordo com o Renato, o Golf híbrido plug-in tem uma autonomia total de 940 quilômetros e pode rodar, em modo exclusivamente elétrico, até 50 quilômetros. Ou seja: para o trânsito urbano, seria uma ótima opção. A potência total do modelo ultrapassa os 200 CV.

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Golf GTE: híbrido plug-in. Dá para rodar até 50 Km só no modo elétrico. E carregar na tomada depois.

A Renault também marcou presença com o Zoe e o ousado Twizy, ambos 100% elétricos. O Twizy é uma aposta puramente urbana, como um meio termo entre um carro e um quadriciclo. Aliás, ele é enquadrado pela lei como um “quadriciclo-carro” e pode ser emplacado no país. Eu gostei. Só resta saber quanto custaria um brinquedo desses. Ah, sim: menção honrosa à Lexus e – surpresa – à chinesa BYD (Build Your Dreams). A primeira com um CT200h, híbrido. E a segunda com uma van 100% elétrica. Infelizmente, quando fui tirar foto, o representante da marca já havia partido. Mas meu amigo Ramiro, que encontrei no evento, fez um vídeo onde o modelo aparece: Vídeo do Ramiro

Quando vi umas scooters elétricas bem bonitas, não resisti. Me parece que havia duas marcas, mas eu falei só com o Fábio, da Wind. E, além de fazer um breve test drive, gostei do que vi e ouvi. Segundo o Fábio, os preços dos scooters Wind ficarão entre R$ 5 mil e R$ 8 mil. A autonomia do modelo que fiz o test drive é de 60 Km. O scooter alcança 60 km/h e pode ser carregado na tomada comum. Confesso que os duendes estão me tentando….

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Scooter Wind. Autonomia de 60 km, velocidade máxima de 60 km/h e preço entre R$ 5 mil e R$ 8 mil. Tentação…

Gostei muito da iniciativa do passeio e do movimento. Conheci o Ricardo, presidente da ABVE, e combinamos de conversar após o 12º Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias, que acontecerá esta semana, de 1º a 3 de setembro. Como comentei antes, também encontrei o amigo Ramiro Cruz, muito engajado com a “causa” dos veículos elétricos e que está desenvolvendo o projeto de um caminhão elétrico. Enfim, foi um belo programa de sábado. Só penso que faltou um grand finale para o passeio. Algum tipo de show ou sorteio de algum brinde. Ou, ainda, um circuito para teste drive dos diversos carros presentes. Houve, de fato, uma confraternização entre os participantes e pude conhecer diversas pessoas interessantes. Aliás, dona BMW, só tinha o meu i3 representando a marca. Sou um ótimo RP involuntário de vocês. Todo mundo me perguntou se eu era da BMW. Não sei se há alguma conversa entre a ABVE e a BMW, mas está mais do que na hora da montadora bávara, pioneira em colocar à venda no Brasil um carro de tração exclusivamente elétrica, participar da entidade ou de eventos como esse passeio. A hora é de união entre as diversas montadoras para fomentar o mercado de veículos elétricos no país. Saímos da inércia. Mas precisamos continuar em movimento!!

 

 

À caça de pontos de recarga

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Estação de recarga por energia solar da Neosolar. Carrega dois carros simultaneamente.

Enquanto uns caçam Pokémon, eu caço pontos de recarga de veículos elétricos. Infelizmente, eles são mais raros do que os monstrinhos virtuais. A Neosolar (www.neosolar.com.br), empresa brasileira especialista em Energia Solar Fotovoltaica localizada no bairro do Paraíso, tem um ponto de recarga alimentado por energia solar em sua sede. E o disponibiliza gratuitamente para quem quiser carregar seus carros. Na semana passada, entre uma reunião e outra, teria que passar pela região. E resolvi ver como é. A tecnologia é muito interessante. Pra quem mora em casa, e roda muito, um sistema de recarga alimentado por energia solar é algo muito interessante, com o retorno do investimento acontecendo provavelmente antes do final do financiamento do carro. Evidentemente, a Neosolar não recebe muitos visitantes caras-de-pau, como eu, para recarregar seus veículos. Mas, fui muito bem recebido pelo Sr. Paulo Frugis e alguns outros membros da equipe. Pena que o carregador ainda não estava ligado numa rede trifásica, que o permitiria trabalhar em sua capacidade máxima, mas na meia hora em que fiquei por lá deu para ganhar uns 20 quilômetros de autonomia adicional. Em nossa conversa, soube que estão promovendo um curso sobre carros elétricos e carregadores, apresentando um panorama das tecnologias que existem no mercado. Jabá feito, Paulo.  🙂

Nos dias 10 e 11, a Dinamize, empresa na qual sou diretor comercial, participou com um estande em um evento realizado na Fecomercio SP. Como cheguei cedo, mas com pressa para levar alguns materiais para nosso estande, pedi ao manobrista do estacionamento para me indicar uma vaga em que pudesse deixar o carro e levar a chave. Eles não costumam fazer isso, mas quando falei que o carro era elétrico e estava sem tempo de ensinar como dirigi-lo, fui prontamente atendido. E me colocaram numa vaga que…tcham, tcham, tcham, tcham…tinha uma tomada 220V do lado. Falei com o Anderson (se não me engano no nome), responsável pela parte elétrica da sede da Fecomercio SP,  e pedi para deixar meu i3 carregando. E a resposta foi sim, após verificar que o carregador consome 12A no máximo. Como a tomada era padrão 10A, o plug mais grosso do carregador não entra. Usei uma extensão, cuidadosamente fixada ao chão com fita crepe pelo Anderson para ninguém tropeçar, configurei a potência do carregamento de “máximo” para “reduzido” e voilá: enquanto eu trabalhava, o i3 era carregado. Saí do evento com 100% de carga. Obrigado, Fecomercio SP, em especial ao Anderson.

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Vaga no estacionamento da Fecomercio SP. Ao lado da porta, uma sugestiva tomada 220V

Embora a tomada no estacionamento da Fecomercio SP tenha sido uma feliz coincidência, descobri a estação da Neosolar numa pesquisa na Internet. Assim como também descobri que o Instituto de Energia e Ambiente (Ex-IEE,  Instituto de Eletrotécnica e Energia) da USP possui um ponto de recarga rápida, com 50 KW em corrente contínua feito em parceria com as empresas EDP no Brasil e Efacec. Ao longo da semana, tentei obter informações sobre a estação de recarga. Liguei para vários telefones no prédio do IEE. E foi surreal. Ninguém sabe de nada e sempre me transferiam para a coitada da recepcionista. Sem exagero, foram três ligações diferentes, para áreas diferentes, todas transferidas invariavelmente de volta para a recepcionista.

Inconformado, aproveitei o domingo tranquilo para passear de i3 com a cunhada, mulher e filha. O destino era a USP para, entre outras coisas, ver in loco como é o ponto de recarga. Uma breve explicação sobre meu carro elétrico e o ponto de recarga do IEE para os guardas da portaria da USP e lá estávamos nós dentro da cidade universitária. Chegamos ao prédio do IEE, outra breve explicação à portaria do IEE, e devidamente identificado, entramos no estacionamento do prédio. E me deparo com várias estações de recarga. De potências diferentes, de plug padrão SAE J1772 (ou tipo 1, americano),  IEC 61851 (ou tipo 2, europeu) e o tal CHAdeMO, que carrega a 50KW em corrente contínua. CHAdeMO é a abreviação de Charge de Move. Algo como “mova usando carga” ou “mova por carga”. Mas, é preciso algum tipo de cartão para ligar os equipamentos. Ou alguma outra forma que desconheço, pois todas estações estavam desligadas. Além disso, as únicas estações que tinham o cabo para recarga eram a de padrão americano e a CHAdeMO. Enquanto a primeira é certamente incompatível com o BMW i3 brasileiro, que é importado da Europa e segue o padrão 2, a estação parruda CHAdeMO, aquela que eu queria usar, pelo que vi, parece ter um plug que não deve servir no i3. Vou tentar passar pessoalmente no IEE, em algum horário em que tenha gente que saiba dessas estações, pois por telefone é impossível obter alguma informação.

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Carregadores de todos os tipos e potências no IEE/USP.

E a notícia ruim, que não tem nada a ver com carro elétrico, é que fui roubado à mão armada. Levaram tudo: documentos, cartões, notebook, celular, relógio, etc. Trânsito parado, eu dentro do i3, 19h de quinta-feira, 11. Perto do MASP e da Av. Nove de Julho. Ainda não tinha colocado Insulfilm no carro. Aliás, não pretendia fazê-lo. Mas já coloquei. É possível que isso tivesse evitado o assalto. Ou não. Será que dá pra colocar um “taser” ligado na bateria do i3 para fritar um FDP covarde como o que me assaltou?  😦

Atualizando: hoje, 22 de agosto, consegui o contato de uma pessoa no IEE / USP que, infelizmente, me informou que o eletroposto não está funcional. É uma pena. Espero que o projeto seja retomado. Principalmente, porque a redução da alíquota de imposto para carros elétricos e híbridos que entrou em vigor no final do ano passado deve dar impulso às vendas desses veículos no país.

Balanço “social” dos primeiros 1.000 km

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Nem bem pisquei os olhos e lá se foram mil quilômetros. É um momento apropriado para fazer um resumão, um balanço, de como está sendo a experiência de ter um carro elétrico. Especificamente, o BMW i3.

E, pra começar, o balanço é social. Sim. Se você não é uma pessoa minimamente sociável, não compre um carro como o i3. Além dos olhares curiosos que o carro desperta ao rodar, em qualquer estacionamento e, mesmo quando estiver parado no trânsito, pessoas vão lhe abordar pra perguntar sobre o veículo. E elas não sabem se você está correndo atrás da meta ou atrasado para uma reunião. Então, desenvolver a sociabilidade é um dos efeitos colaterais de se ter um i3.

Mas, item a item, vamos ao resumo:

Autonomia: a promessa de 300km de autonomia é, realmente, uma promessa. Em São Paulo, que tem seus altos e baixos topográficos e um trânsito bem intenso, isso não acontece. Não cheguei a esgotar a carga da bateria. Apenas o tanque do REx (gerador de energia), para a gasolina não ficar velha. Mas meu palpite, baseado nos indicadores de autonomia da bateria, é que o i3 consegue fazer uns 240 a 250 km na capital paulista. E isso no modo ECO Pro+, que não tem ar-condicionado e é todo otimizado para o consumo. É ruim? Na verdade, não. Ainda mais considerando que a proposta do i3 é ser um carro urbano. Eu já tive uma Ford Explorer em que coloquei GNV. A autonomia da viatura era de 140 Km com um cilindro de 22 m3. E eu nunca tive problema em abastecer com mais frequência por causa disso.

Desempenho: espetacular. Não há outra palavra pra definir. Arranca muito, grudando os ocupantes no banco. E isso é ainda mais verdade quando o carro já está em movimento, tendo saído da inércia. Mesmo no modo ECO Pro+, que amansa o i3, ao fazer o “kick down”, ele dispara. Não tem pra ninguém. Uma vez, confesso envergonhado, vi uma BMW M3 vindo pela marginal Pinheiros costurando e ultrapassando todo mundo. Ao chegar perto de mim, com o intuito de me ultrapassar, pisei fundo no acelerador e a deixei pra trás. Isso por poucas centenas de metros, obviamente. Mas foi divertido. E imagino a cara de surpresa do motorista da M3, pois o design do i3 pode sugerir muitas coisas. Mas, o desempenho não é uma delas.

Abastecimento: sou um felizardo. Apesar do meu condomínio residencial não permitir que eu instale uma tomada, ou mesmo o Wallbox (carregador de parede mais potente), ainda que puxando a fiação do meu relógio de luz, meu local de trabalho permite que eu carregue o veículo. E, a duas quadras do meu escritório, fica o Shopping Vila Olímpia que conta com vaga para carro elétrico com carregador de parede. Em frente (ou seria atrás?), do shopping, fica o escritório da minha mulher, cuja administração do prédio, prontamente, preparou duas vagas para carros elétricos com tomadas de 20A e 220V. O tempo de abastecimento na tomada 220V, considerando que eu nunca fico com menos do que 30% de carga, tem variado entre 3 e 7 horas. Se eu usar o carregador do shopping, o tempo cai pela metade.

Gerador de energia: o tal do REx – Range Extender. Com 9 litros de gasolina, o REx tem a missão de manter a carga da bateria ou gerar uma autonomia suplementar. Ele pode ser acionado manualmente com uma carga máxima de 75% da bateria. Com cargas maiores, o REx não entra em ação. Percebi que, se rodar no plano e no modo ECO Pro+, a tarefa é cumprida a contento. Mas, em trechos mais íngremes, ou numa tocada mais esportiva, a bateria reduz um pouco sua carga. Lembro que a proposta do REx é algo como um salva-vidas para os condutores mais desatentos em relação à autonomia da bateria. Pela minha experiência, a autonomia máxima real que o REx permitiria em São Paulo seria algo entre 110 e 120 km. Isso significa um consumo de 12 Km/l. Não é ruim, mas também não é bom. Entretanto, não acredito que quem compra um i3 pensa em rodar na gasolina, certo?

Pneus: um dos itens que realmente me preocuparam – e ainda me preocupam – ao adquirir o veículo. Os pneus são grandes, aro 20, finos e de perfil bem baixo. Os da frente mais finos do que os de trás. E o motivo é a redução de atrito, pois isso impacta o consumo. Como tive uma X1 2014 com pneus aro 18 e perfil  baixo (/45), tive a infelicidade de ter que trocar três pneus em um ano. Tudo por causa das crateras que existem na malha viária da cidade e que causaram bolhas nos pneus No caso do i3, felizmente, até o momento isso não aconteceu. E tive a infelicidade de passar por dois buracos sorrateiros que me deixaram os poucos cabelos arrepiados. Ainda assim, dirijo o i3 sem pressa nas ruas esburacadas, sempre atento a buracos. E sempre com a calibragem para carga máxima.

Conforto: o i3 tem um espaço interno muito bom para um carro cujas dimensões exteriores são pequenas. E isso se deve a alguns fatores como: ausência de motor, que diminui o tamanho do cofre e essa sobra é aproveitada na cabine; assoalho plano, sem o túnel central, que dá uma sensação de amplitude; altura da carroceria; e, a ausência do assento central traseiro. Para os mais desatentos, até parece que o banco traseiro é para três passageiros. Mas, no centro, você conta com um porta copo. Logo, é um carro para quatro pessoas. Apesar de estar longe de ser desconfortável, a combinação dos pneus finos e baixos e suspensão firme faz com que rodar nas ruas péssimas de São Paulo – que além de buracos têm remendos e diversas imperfeições e desníveis – seja algo notado pelos ocupantes do veículo. O ambiente natural do i3 é o asfalto. Ali ele – e todo mundo dentro dele – se sente muito à vontade. Na minha opinião, o principal item de conforto do i3 é o seu silêncio. Quando o REx está desligado, o silêncio é quase absoluto, apenas quebrado por um delicioso assobio causado pelo deslocamento. Mesmo quando o REx entra em ação o ruído é pequeno e ocasional, pois o funcionamento do REx é intermitente. O ponto realmente negativo para o conforto é o fato dos vidros das janelas traseiras serem fixos. Apenas os vidros das portas dianteiras podem ser recolhidos. Uma mancada, em minha opinião. Ah, sim: o serviço de concierge, que, salvo engano, está presente em todos os BMW no Brasil a partir de modelos 2016, é um item de conforto pela disponibilidade a qualquer momento.

Bagageiro: é pequeno. Mas não é minúsculo. Se considerar que os bancos traseiros são rebatíveis, e que você conta com a grande altura da carroceria, a capacidade de carga do i3 é até surpreendente. Mais do que suficiente para o uso urbano. E suficiente para uma proposta de viajar em três pessoas.

Materiais utilizados: o i3 parece um TCC de quem fez Arquitetura com enfoque em sustentabilidade. E isso não é, necessariamente, um elogio. No interior, há fibras recicladas que dão um toque excessivamente despojado ao veículo, madeira de reflorestamento (essa, sim, um golaço em minha opinião), couro, tecido, tela fina de tecido no teto solar e plástico. Eu acho muita coisa. E, falando sobre isso, me dei conta de que tudo é harmônico, menos a fibra reciclada que fica nas portas e atrás do painel, em toda frente do veículo. Ela chama muito a atenção por sua textura, inevitavelmente. Talvez a idéia seja essa: deixar claro a proposta sustentável do carro. Eu não gosto, mas não é por isso que deixaria de comprá-lo.

Estilo: não acho o i3 bonito. E nem feio. Acho diferente. A 320 GT, sim, eu considero um carro belíssimo. Mas, se falarmos em estilo, o i3 merece destaque. Ele é uma “nave espacial”. As janelas traseiras são maiores do que as dianteiras, o que é algo inusitado. O perfil do carro é diferente, com uma pequena elevação no início do teto. As  portas traseiras suicidas (abrem para trás) são incomuns. E os materiais da carroceria e monobloco, que combinam plástico, fibra de carbono e alumínio são inovadores.

Problemas: sim, o i3 teve e tem problemas. Pequenos e administráveis. O primeiro foi o fato de que um cabo elétrico do sistema do airbag apresentou mau contato com menos de 500Km e demorou três semanas para a peça de reposição estar disponível. A maçaneta de uma das portas traseiras também estava desregulada, mas foi ajustada na concessionária. Outro problema é que o piloto automático adaptativo, que mantém a distância para o carro da frente, não é adequado para um trânsito tão cheio de motoristas mal educados como os brasileiros, que cortam sua frente na primeira oportunidade. A culpa não é do piloto automático, mas o fato é que ele ou freia abruptamente (o que era de se esperar) ou, eventualmente, perde a “sensibilidade” para o carro da frente e não freia. Em qualquer situação, você tem que estar atento. O auto parking, que faz o carro estacionar sozinho, é uma loteria para mim. Às vezes consigo fazê-lo funcionar, às vezes não. Pode ser que o problema esteja no “burrinho do volante”. Mas eu sigo à risca os procedimentos. Ou tento. A ausência de um DVD player é, também, um problema na minha opinião. Apesar de contar com um HD capaz de armazenar milhares e milhares de músicas, quem tem uma coletânea de CDs vai ter que convertê-los para MP3 se quiser ouví-la no carro. Além disso, com uma tela tão grande no centro do painel, poder tocar um filmezinho no DVD seria pertinente.

No final, o balanço tem um saldo muito positivo. Sem dúvida, com todas as informações e experiências que adquiri ao longo dos primeiros mil quilômetros, minha decisão pela compra do veículo seria a mesma. E, após estes primeiros meses, estou ainda mais engajado no sentido de ajudar o mercado de carros elétricos a crescer no país.