De volta para o futuro!

Sete meses, dezesseis dias, uma hora e dezoito minutos. Esse foi o tempo em que fiquei sem meu carro elétrico desde que o vendi. Foi um período em que tomei uma lição de cidadania e humildade: andei muito de metrô, muito de “mosquito elétrico” (um patinete com banco com o qual vou para o trabalho com bastante frequência) e poucos, pouquíssimos, Uber.

Ah, sim: manchando meu curriculum eletrizante, foi um período em que andei de Land Rover Defender muito mais do que nos três anos em que fiquei com ela. Ter um carro é uma maldição em São Paulo. Mas, uma maldição confortável. Mesmo que o carro seja uma Defender.

Enfim, vendi o jipe em menos de um dia – para minha total surpresa – pois achei que levaria de dois a três meses. A idéia era, nesse tempo, apostar que a GM abriria as reservas para o Bolt. E que ele seria entregue em algum momento no segundo semestre. Mas fui surpreendido duplamente. Vendi o jipe em 18 horas, para ser exato, e o Bolt ficou só para 202X  (o X é porque não acredito em mais nenhum prazo que GM promete).

Para não ficar, literalmente, a pé, fui ver alternativas. A mesma matéria que falava sobre o Bolt em 202X, afirmava que o Nissan Leaf começaria a ser entregue em julho. Liguei na concessionária e, de fato, vai ser entregue mesmo. Mas só para quem o comprou lá no Salão do Automóvel 2018. A Tesla anda fazendo escola com esse negócio de reservar o carro com meses ou anos de antecedência. Mas, quem comprar o Leaf agora, vai ter que esperar até 120 dias para receber o veículo. Ferrou.

Aí lembrei do Zoe. Já tinha dado uma pequena volta nele quando fui na inauguração da SENSACIONAL eletrovia da Copel, em dezembro (tema que será objeto de um post específico em breve). Marquei um test drive diferente, no domingo. Expliquei para o gerente da loja que precisava levar o Zoe para ver se ele carregaria nos pontos de recarga existentes do prédio onde fica a Enviou, empresa da qual sou sócio, pois tinham me dito que o Zoe não carrega em wallbox ligados em redes bifásicas (fase + fase + terra, sem neutro). Mas a Enviou ficava meio longe.

Isso não foi problema e tenho que elogiar o atendimento cortês do Roberto e do seu gerente. Lá fomos nós e pegamos trânsito por causa das ciclovias de lazer no domingo. Meia hora depois chegamos e o Zoe… carregou.

Fiquei bastante aliviado e alimentando o desejo de comprar um Zoe. Carrinho confortável, com porta-malas maior do que o do i3, pneus “normais” que posso encontrar em qualquer loja. Enfim, um bom carro que, casualmente, é elétrico. E deve ter uns 250 km de autonomia real.

Na volta, paramos no Pão-de-Açúcar da av. Ibirapuera com a av. República do Líbano para testar a teoria de que o Zoe não carrega em redes bifásicas sem neutro. E bingo. Não carrega mesmo.

Eu estava relevando essa questão de não carregar em diversos pontos que têm rede bifásica e relevando o fato de que o Zoe receberá uma importante atualização ano que vem, passando a contar com carga rápida e baterias maiores, quando recebi a notícia que me brochou de vez: o Zoe Intense, versão completinha, lindinha, coisinha cuti-cuti que dirigi, não está mais à venda. Agora a versão disponível é a Life, desprovida de diversos mimos como: sensor de chuva, som Bose, acendimento automáticos dos faróis, câmera e sensores de ré e com acabamento bem mais simples. Bom, a notícia me levou a uma decisão: comprar um i3 novamente.

E eu achei um. Igualzinho ao meu pinguim. Mas com 19 mil quilômetros (o meu tinha 32 mil). Mesmo ano de fabricação e modelo. E, também, único proprietário. Na verdade, segundo, pois o primeiro era algum diretor da BMW, o que fez o carro ser vendido como da própria BMW.

Não resisti. Rei (poluente) morto, rei posto. E voltei eletrizante de alegria para casa. Final feliz? Nem tanto. Levei três horas e meia para chegar em São Paulo porque:

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Não deixa de ser irônico que eu me atrasei por causa da… gasolina.  🙂

Até breve, queridos leitores.

PS: Renault, se eu fosse você, faria um programa de “recompra garantida” do Zoe por 85% do valor Fipe na troca por um novo, respeitando-se limites de quilometragem e danos ao veículo. #ficaadica.