Com 44 anos de idade, pude vivenciar algumas revoluções. Umas discretas, como a ampla disponibilização de… pasme, linhas telefônicas para a população em geral após a privatização do setor; outras muito ruidosas, como o arrebatamento mundial da Internet. Mas, em todas, fui apenas um dos grãos de areia levados pelo turbilhão das ondas.
Agora, passei a fazer parte de algo ainda muito pequeno. Mas que será grande e, certamente, inevitável: a mobilidade elétrica e sustentável.
O que começou nas redes sociais como um grupo informal de proprietários e simpatizantes de veículos elétricos está se transformando na primeira associação do tipo no país. De fato, já existe uma associação brasileira de veículos elétricos e que vem desenvolvendo um belo trabalho como, por exemplo a promoção do Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos, que vai para sua décima terceira edição. Mas o foco da nossa associação é, justamente, a pessoa física, os proprietários, que possuem necessidades e demandas bastante particulares devido ao fato de serem, justamente, os early adopters de um tipo de tecnologia ainda embrionária no país. Com certeza, há e haverá muita sinergia e agenda comum entre todas as empresas e entidades que visem o desenvolvimento do mercado de veículos elétricos. Estaremos lá e juntos. Mas isso é assunto pra um post futuro.

Agora, o momento é de celebrar o encontro de tantos “malucos” que são mais do que early adopters de um produto novo. São apaixonados por uma causa e dirigem seus carros elétricos como Dom Quixotes montados sobre seus Rocinantes para vencer os moinhos de vento do status quo, desconhecimento, custo elevado e falta de infraestrutura de recarga que são os maiores entraves ao desenvolvimento da mobilidade elétrica no país.
Porém, ao contrário do personagem de Cervantes, cada membro da associação tem uma grande capacidade de mobilização e articulação política e/ou social que somadas, são capazes de, realmente, causar uma transformação em nossa sociedade.
O que falei acima não é exagero. Nossa associação ainda nem existe e já é capaz de promover o maior encontro de veículos elétricos e híbridos plug-in do país e, provavelmente, da América Latina. Explico melhor: a associação será fundada no dia 1º de maio, em Teresópolis, cidade em que estará a nossa sede. Para este destino, partirá de São Paulo um comboio com seus carros elétricos e híbridos do tipo plug in para se encontrarem com os colegas cariocas e, então, procederem com o rito formal de fundação da entidade.
Porém, o comboio paulista fará um pit stop no posto Graal do km 67 da Rodovia Anhanguera, que possui um eletroposto de recarga rápida mantido pela CPFL por meio do seu projeto de mobilidade elétrica Emotive. A idéia inicial era fazer uma breve confraternização entre os membros do grupo e o pessoal do projeto Emotive. Mas, já que estaríamos todos reunidos, decidimos ir além. Em pouco mais de uma semana, preparamos camisetas, banners e conseguimos o apoio e participação de empresas como a BYD, Volvo, Porto Seguro e a própria CPFL, que estarão presentes no posto com veículos elétricos de suas frotas, além de empresas como a Neosolar e Bluesol, que trabalham no setor de energia solar fotovoltáica, tão intrinsicamente ligado à questão da mobilidade elétrica. A Neosolar estará no Graal e a Bluesol irá a Teresópolis ministrar uma bela palestra para todos os associados. Cá entre nós, tenho convicção de que mais montadoras de veículos devem confirmar a presença no posto Graal, mas não sou de contar com o ovo ainda dentro da galinha.
O mais legal de tudo isso é o privilégio de ter um papel atuante na revolução que está (estamos) começando. Todos estão contribuindo, de maneira voluntária e entusiasmada. Tenho certeza de que, daqui a 10 ou 20 anos, olharemos para trás com orgulho de termos sido os pioneiros que ajudaram a consolidar a mobilidade elétrica e sustentável em nosso país. E ainda terei uma bela história para contar para meus netos.
PS: para quem não sabe, veículos híbridos do tipo plug-in têm capacidade para se locomover em modo exclusivamente elétrico, além de poderem ter suas baterias recarregadas externamente, semelhante aos veículos puramente elétricos.
Muito bom Rodrigo. E você sina dep o nome definitivo para nossos i3’s , ROCINANTES.
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Muito obrigado, mestre Luiz.
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