Autonomia e Automatismos

Voltei ao país no sábado pela manhã. E, sem dormir ou descansar, peguei minha mulher e filha e fomos passar o dia numa chácara de amigos em Ibiúna. Festa junina pra lá de boa, com churrasco, doces típicos, vinho quente e bingo.

Durante a semana em que estive fora, monitorei o estado da bateria do i3 pelo APP. Ela permaneceu em 71% todo o tempo. Não baixou nada. Também tinha uma autonomia de uns 90Km usando o Rex (Range Extender, motorzinho de 600 cc que gera energia para as baterias e garante uma autonomia extra).

O fato é que tinha, no total, uma autonomia de pouco mais de 200 km. E, ida e volta, dariam uns 140 Km. Estava um pouco apreensivo para saber se esse número era confiável. E, descobri que a realidade é melhor do que a estimativa: usando o modo ECO PRO+, pois não precisava de ar condicionado e nem passar de 90 km/h, que são algumas das limitações desse modo de condução, o i3 acabou regenerando bastante energia no trajeto devido às frenagens e descidas. Também optei por usar o Rex todo o tempo até chegar lá, preservando a carga da bateria próxima a 70% e consumindo ¾ do combustível disponível.

Pela primeira vez, tive a oportunidade de usar o Piloto Automático Adaptativo (ACC) em um trecho de deslocamento longo, que começou na cidade e continuou pela estrada. O recurso é muito útil: você define a velocidade máxima e, ao ligar, ele mantém a distância para o carro da frente. Há 4 regulagens de distância. Se o carro da frente frear, o i3 freia. Se acelerar, ele acelera. Diferente do piloto automático tradicional, que não funciona abaixo de 30 Km/h, o ACC funciona com o mínimo movimento do carro, até mesmo um mísero 1 km/h. Explico melhor: ao longo de uma rodovia local em Ibiúna havia muitas lombadas. Ao seguir o carro da frete, o i3 freava nas lombadas e, mesmo com 1 km/h, ele retomava a aceleração e mantinha a distância do carro da frente quando esse acelerava novamente. Se, por acaso, o i3 chegar a parar totalmente, basta colocar o veículo em movimento e apertar o Resume no volante que o i3 vai atrás do carro da frente, observando sempre a velocidade máxima estabelecida. É quase um carro semiautônomo. Ao condutor, resta controlar o volante, pois freio e aceleração ficam a cargo do veículo.

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Piloto automático adaptativo (ACC) em ação: se o câmbio automático fazia você esquecer que tinha o pé esquerdo, o ACC faz você esquecer que também  tem o pé direito.  🙂

Chegando à chácara dos nossos amigos, pedi para usar uma tomada 220V que eles têm na pia da cozinha para a torneira elétrica. Levei um rabicho/adaptador com tomada fêmea de 20A. Uso uma extensão bem robusta, começo a dar carga e…o disjuntor desarma. Ligamos o disjuntor e ele desarma de novo. Estava inconsolável até que meus amigos se entregam: estavam me passando um trote, desarmando manualmente o disjuntor.  🙂

Após o susto, deixo o carro carregando, enquanto mostro a novidade aos amigos, todos jipeiros, e apaixonados por carro também. A um certo ponto da conversa, depois de uns 10 a 15 minutos, o i3 começa a piscar as setas e dar um sinal sonoro. Algo estava fora do normal. Nem procurei pelo manual do carro e lembrei que tinha deixado a opção de carregar na tomada sempre no modo máximo. Há três opções: máximo, reduzido e baixo que fazem o carro consumir, respectivamente, 12A, 9A e 6A. Imaginei que usar o máximo numa tomada de 10A deveria ser a causa. Mudei a regulagem para reduzido e tudo voltou ao normal. O carro ficaria carregando numa boa até atingir cerca de 82% de carga, quando a tomada foi requisitada para a torneira elétrica. Prioridades são prioridades: lavar a louça com água gelada, nem pensar.

Ao voltar para São Paulo, resolvi dar algumas aceleradas dirigindo no modo de condução Comfort. É impressionante o torque, que se traduz em arrancadas e retomadas de velocidade vigorosas. O i3 tem um ar futurista, que remete à tecnologia e não à performance. Mas quem acha que ele é xoxo, ilude-se. O carrinho é um foguete. Arisco ao pisar forte no acelerador. E, apesar dos pneus finos, faz curvas muito bem e é muito estável, “na mão” como dizem. Imagino que seja graças à combinação do baixo centro de gravidade proporcionado pelas baterias alocadas abaixo do assoalho com a boa largura da viatura. Depois de matar a vontade de acelerar, voltei a usar a razão, também chamada de modo ECO PRO+.

Optei por voltar à São Paulo usando o Rex para preservar a bateria. Cheguei com uma autonomia de cerca de 30 Km usando gasolina do Rex e mais 80Km da bateria. Ou seja: mesmo sem a recarga parcial feita na chácara, poderia ter ido e voltado com folga. Mas, resolvi abastecer. Com gasolina podium, pois tem a menos exorbitante adição de álcool: são 25% de álcool frente aos 27,5% das demais gasolinas. E ainda chamamos isso de gasolina (!). Entraram 8 litros, num tanque de 9l. Isso me deixou desconfiado. Apesar de estar rodando no ECO PRO+, alguém está enganado: a bomba do posto ou o carro. Se 1 litro permitisse rodar 30Km, o Rex forneceria uma autonomia adicional de 270 quilômetros. E isso non ecxiste, como diria o Pe. Quevedo. Acho que vou ter de trocar de posto de combustível.

PS: não resisti. Na terra do Tio Sam, comprei um i3 de controle remoto, em escala 1/14, por U$ 34.

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Carrinho R/C oficialmente licenciado, com tração traseira (e com diferencial) e acendimento dos fárois e lanternas. Muito legal e barato. Santa Amazon, Batman!

4 comentários sobre “Autonomia e Automatismos

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