Mobilidade elétrica levada a sério….na Colômbia

Na primeira reunião do grupo de trabalho sobre Eletromobilidade do Rota 2030, promovido e coordenado pelo MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – cada entidade participante teve a oportunidade de apresentar sua visão sobre as oportunidades e os desafios.

Tive o privilégio de falar em nome da ABRAVEI e uma das coisas que pontuei é que o Brasil precisava dar atenção e presteza à mobilidade elétrica ou outro país sulamericano assumiria o protagonismo em relação a esse tema no continente. O que eu disse foi pensando na Argentina, que havia divulgado a recente isenção de impostos para veículos elétricos. Mas, creio que temos outro player surgindo para tomar a posição de destaque que tinha tudo para ser do Brasil: a Colômbia.

Um dos colegas do grupo de trabalho, o Luiz, trabalha na Renault. E na semana passada esteve na Colômbia para homologar as estações de recarga para uso dos veículos da marca. E, vejam só: na Colômbia o Renault Twizy custa o equivalente a R$ 40 mil e o recém lançado ZOE, já com a bateria com autonomia entre 300 e 400 Km, deverá custar algo em torno de R$ 143 mil. O preço desse veículo em Portugal parte de pouco mais de 34 mil euros que, na cotação de hoje, equivale a pouco mais de R$ 133 mil. Isso, claro, sem qualquer incentivo do governo português. O preço é apenas para mostrar que a política da Colômbia prevê nada ou pouquíssimo imposto sobre os veículos elétricos, pois o preço de venda é praticamente o mesmo da Europa.

Além da questão dos tributos, a Colômbia está investindo em infraestrutura de recarga de maneira inteligente e organizada. A EPM – Empresa Pública de Medellin – instalou 15 eletropostos públicos de 22kW  com plugue tipo 2 (europeu) que podem ser utilizados mediante um cartão de usuário. E o custo da recarga será pago pelo usuário em sua conta de energia elétrica residencial. A EPM também instalou diversos carregadores de 7,4kW com plugue tipo 1 (americano e japonês).

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Eletroposto na rua com carregadores de 22kW e 7,4kW. Clique na foto e assista ao vídeo.

A 10 minutos da estação acima, já se encontra outra. Também mantida pela EPM, essa estação fica num posto de combustível de bandeira Esso e possui carga rápida nos padrões CCS (com plugue tipo 2), CHAdeMO e carga semi-rápida em corrente alternada com plugue tipo 2.

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Eletroposto de carga rápida num posto de combustível da bandeira Esso. Fica há 10 minutos do outro eletroposto. Cliquena foto e veja o vídeo

E, aqui abaixo, mais um eletroposto com dois carregados com 2 tomadas cada um. Um de 22kW com plugue tipo 2 e outro de 7,4kW com plugue tipo 1.

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Carregador em estacionamento de supermercado. #inveja #somostodosColômbia.  🙂

E a coisa não pára por aí. Medellin tem estações de recarga também para bicicletas. Afinal, mobilidade elétrica não é só sobre quatro rodas. E nem precisa ser cara. As fotos abaixo são de eletropostos no Centro Comercial Oviedo. E, embora o carregador que está avulso indique 7,2kW, ele foi atualizado para 11kW. E tem carregador para o pequenino Renault Twizy também, além de tomadas para as bicicletas.

Acha que acabou? Senta que vem mais. Até mesmo a Localiza possui carro elétrico na sua frota para locação. No caso, o Renault Zoe.

 E o Brasil? Aqui a tão esperada redução do IPI para carros elétricos, que deve cair dos atuais 25% para cerca de 7%, era esperada para janeiro, depois fevereiro, depois março, depois….. Depois?!? Depois que ficarmos na lanterna deste mercado na América Latina, não adianta chorar. Independente da conclusão e publicação do programa Rota 2030, a redução do IPI para veículos elétricos deve ser feita JÁ! Ninguém em sã consciência vai investir no segmento de veículos elétricos, de montadoras a importadores independentes, passando por empresas com interesse em montar infraestrutura de recarga, se não houver a definição da nova tributação. Em 2015, o Brasil já perdeu para a Colômbia no futebol. Em 2018, estamos tomando uma goleada da Colômbia no que se refere à eletromobilidade.

Quem tem medo do carro elétrico?

O grito

O Brasil sofre de um problema crônico, um mal terrível que o mantém sempre estagnado e com eterno status de “país do futuro”. Mas o futuro nunca chega e, se continuarmos assim, nunca chegará. O mal é a imposição dos interesses de alguns segmentos do mercado – e sua gigantesca capacidade de lobby junto ao governo – sobre os interesses do país.

Segundo Tarcísio Vieira, “se a lâmpada tivesse sido inventada no Brasil, teria sido proibida pelo lobby dos fabricantes de vela”. E, por mais tragicômico que essa frase possa parecer, a probabilidade disso acontecer seria muito grande.

Voltando ao tema deste texto, veículos elétricos em geral, e carros elétricos em particular, já são uma realidade mundial. O número de carros elétricos cresce ano a ano, apesar de ainda ser insignificante frente ao total de carros com motores à combustão. Em 2017, atingiu-se a marca de 2 milhões de carros elétricos no mundo. Mas, apenas no Brasil, existem cerca de 43 milhões de carros à combustão.

Por ser uma nova tecnologia, os carros elétricos ainda são caros em comparação aos carros convencionais. A tendência é que o aumento da produção traga economia de escala e redução do preço de venda. E isso se os fornecedores de matéria-prima para fabricação das baterias não resolverem comportar-se como a OPEP no passado e subirem os preços de maneira abusiva. Logo, apesar do volume de carros elétricos crescer ano após ano, é utópico acreditar que, no Brasil, a adoção deste tipo de tecnologia seja algo avassalador no curto prazo, já que além do preço elevado, há uma mudança cultural por parte do consumidor e todas as incertezas ligadas a esse novo tipo de veículo, como preço de revenda, infraestrutura de recarga, peças de reposição e manutenção especializada.

Apesar do improvável arrebatamento do carro elétrico no país, setores como o sucroalcoleiro e, até, das montadoras de veículos parecem apavorados, pois dão declarações públicas contrárias a qualquer tipo de incentivo fiscal para os carros puramente elétricos. Pior: atribuem ao etanol a melhor alternativa para que o país reduza suas emissões de CO2, seja em carros flex ou híbridos convencionais (sem autonomia exclusivamente elétrica) com motores convencionais baseados nesse combustível. Evidentemente, levantar a bandeira do etanol é algo extremamente calhorda, pois o Brasil é um dos líderes mundiais na produção desse combustível e isso desperta um sentimento análogo ao do “Petróleo é nosso”, pois o etanol é nosso, realmente.

Mas, por trás desse posicionamento, o que se esconde é o jogo de interesses, o ato de puxar a brasa para suas respectivas sardinhas. Enquanto o setor sucroalcoleiro não quer nem vislumbrar a possibilidade de ter algum tipo de concorrência em fornecimento de energia para a mobilidade veicular, o das montadoras quer atrasar o máximo possível a necessidade de investimento nas fábricas já instaladas no país, ou até em novas unidades de produção, e em toda cadeia produtiva para que possam estar aptas a fabricar carros elétricos.

Vamos nos debruçar sobre a questão do etanol, então. De fato, o uso do etanol como combustível promove uma emissão de CO2 e materiais particulados menor do que o uso da gasolina. Mas, nem de longe, a monocultura é algo ecologicamente correto. E, pior, ao longo de nossa história já vivemos diversos momentos em que o setor sucroalcoleiro alternou entre produção de álcool e açúcar, conforme o produto final que lhe trouxesse mais receita. Quem tem mais de 40 anos já viu o álcool sumir das bombas dos postos de combustível várias vezes. E, mesmo hoje em dia, são raros os momentos em que uso do álcool é financeiramente mais interessante do que a gasolina para quem abastece seu carro.

Além disso, quem defende o etanol em detrimento do carro elétrico, esquece de mencionar que carros elétricos incentivam fortemente a microgeração distribuída de energia, principalmente, com a implantação de usinas solares fotovoltaicas nas residências ou empresas dos usuários dos carros. Tenho diversos amigos que geram sua própria energia elétrica, inclusive para seus veículos elétricos. E, eu mesmo, estou em vias de implantar uma usina solar de 149 kWp no condomínio onde moro. Vivemos num país com um dos maiores potenciais de geração de energia solar do mundo. Se a recessão pela qual o país está passando não tivesse ocorrido, e mantivéssemos o nível de crescimento da década passada, viveríamos novos apagões. Logo, o estímulo natural à microgeração distribuída desafoga a matriz energética do Brasil e é 100% sustentável.

Agora, vamos olhar o lado das montadoras. Em 2017, o Brasil aumentou em quase 50% o volume de exportação de veículos. E a ANFAVEA quer ampliar mercados, prioritariamente exportando para outros países da América Latina e, em um segundo momento, para África e Oriente Médio. O “segundo momento” vai acontecer quando os países desenvolvidos banirem os veículos à combustão, como França, Alemanha, Inglaterra, entre outros, já estão fazendo. Eles despejarão suas tecnologias banidas e ultrapassadas no Brasil, que passará a fabricar veículos que, de fato, só poderão ser aceitos em lugares como Oriente Médio e África, em que não existem restrições de emissões. Mesmo na América Latina, nossa condição protagonista na exportação de veículos pode ser afetada se não nos prepararmos para a produção e desenvolvimento de tecnologia de carros elétricos. Há dinheiro em cima da mesa e, se o Brasil não pegá-lo, alguém o fará. Queremos ser um país que produzirá veículos que o mercado europeu, e parte do americano, não mais aceitarão? Ou queremos estar na vanguarda da tecnologia?

Colocar o etanol como alternativa ao carro elétrico, lembrando que são tecnologias que podem e devem coexistir, atende, então, aos interesses de ambos setores: montadoras de veículos e usinas de álcool. Afinal, motores à combustão, mesmo em carros híbridos convencionais, exigem menos adaptação e investimento da indústria automotiva e continuarão garantindo uma boa receita às usinas. Mas carros híbridos convencionais, excluindo-se sempre os híbridos plug-in, são apenas carros mais econômicos. Mas que sempre consomem combustível e emitem gases de efeito estufa. Híbridos convencionais não são transição para elétricos, pois não trazem mudança de hábito do consumidor como, por exemplo, ter de carregar seu carro em tomadas ou eletropostos. Híbridos convencionais são, no máximo, uma transição para a indústria ou um pretexto para adiar investimentos mais expressivos em suas linhas de produção e na cadeira de fornecedores.

Vale a pena destacar que nosso país tem, pelo menos, dois polos de desenvolvimento e pesquisa de novas tecnologias promissoras para aquele que se desenha como o eventual gargalo na produção de carros elétricos: baterias de íons de lítio. No caso, temos um centro de pesquisa de baterias de sódio (sal) em Itaipu e, em São Paulo, a Universidade Mackenzie desenvolve pesquisa com baterias de grafeno (carbono). Ambas são matérias-primas abundantes e recicláveis.

Assim, no Brasil, temos uma equação que o carro elétrico vem acompanhado da alavancagem da microgeração de energia elétrica, de desenvolvimento de novas tecnologias em baterias que poderemos vir a exportar no futuro, de redução drástica na conta de combustível, do incentivo a um novo mercado de peças e mão-de-obra e da manutenção do lugar de destaque do país na produção e exportação de veículos, desta vez com tecnologia de ponta. Todos aspectos extremamente positivos para o país, sem que isso acabe com o mercado sucroalcoleiro, sem que isso impacte significativamente as vendas dos carros à combustão mas, sim, criando condições para que nosso país possa, enfim, ser o país do futuro em termos de mobilidade elétrica. Não há porque temer o carro elétrico, principalmente se esse medo pode paralisar o país e condená-lo a estar sempre na rabeira da tecnologia, condená-lo a ter uma economia frágil e fortemente baseada em commodities.

Enfim, a mobilidade elétrica estréia na Vênus Platinada

Como disse no post anterior, a expectativa da matéria sobre mobilidade elétrica do programa Auto Esporte ir ao ar era no mês de novembro. Afinal, em outubro, tudo já havia sido gravado pela equipe da produção. Mas, por não ser um assunto “datado”, a matéria só foi ao ar no dia 10 de dezembro do ano passado. Confira aqui.

Mobilidade elétrica na TV Globo

Com a cobertura e audiência do único programa automotivo da Rede Globo, maior emissora de TV aberta do país, nossa expectativa entre os associados da ABRAVEI e entusiastas sobre mobilidade elétrica em geral, era ENORME. Mas, ao assistirmos a matéria, de exatos 2 minutos e 23 segundos, o sentimento foi de frustração.

O Rafael, produtor do programa, me avisou pelo WhatsAPP antes da matéria ir ao aro que ela ficou curta, infelizmente, pela extensa pauta. Senti um frio na espinha, pois isso era uma maneira educada de dizer que não atenderia nossas expectativas. Bingo! Sem dúvida, aparecer na TV é algo que nos envaidece. Mas, esse não é nosso objetivo ao participar de matérias sobre o tema e, ao terminar de assistir o programa, caso você, leitor, ainda não o tenha feito, vai sentir a mesma coisa e se perguntar: “O quê? Só isso?”. No nosso grupo de WhatsAPP, os vários comentários  eram, incialmente, contidos, com elogios aos personagens, incluindo o Leo-Zero (assista e descubra o porquê), até o momento em que começaram as manifestações da frustração. Isso até alguém mais atento comentar que viu um tal “Capítulo 1” na imagem de abertura da matéria. Você reparou na imagem acima? Eu não tinha reparado no dia em que foi ao ar.

Na semana seguinte, eis que a outra parte da matéria vai ao ar. Mesmo sem ostentar um “Capítulo 2” (erro de continuidade, produção?), a matéria contou com mais de 5 minutos. E ficou DUCA..LHO.!! Confira aqui e veja que não é exagero de minha parte.

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Desta a vez, toda a expectativa que tivemos sobre a abordagem do tema Mobilidade Elétrica foi atingida. Obstáculos, benefícios, o “efeito colateral” extremamente positivo da microgeração de energia, veiculos elétricos de duas rodas. Tudo foi falado, ainda que no ritmo de um programa que é curto, mas dando o recado necessário. Pra ser sincero, esperava um pouco de espaço para a ABRAVEi. Mas, como disse antes, o objetivo não é massagear nosso ego pessoal ou da associação e, sim, contribuirmos para a divulgação da mobilidade elétrica e sua disseminação no país.

Ao pessoal da produção do programa Auto Esporte, em especial ao Rafael, meus sinceros agradecimentos. Tenho convicção de que milhares de brasileiros enxergam os veículos elétricos com outros olhos e isso ajudará muito a tornar a mobilidade elétrica uma realidade mais presente e expressiva em nosso país.

Veículos elétricos cada vez mais presentes na mídia

Há cerca de um ano e meio comprei meu BMW i3. Na época, já se falava muito em carro elétrico no mundo. E pouquíssimo no Brasil. Após esses 18 meses, no entanto, veículos elétricos em geral, e carros elétricos em particular, são objeto de reportagens e matérias diárias em países da Europa e Estados Unidos. E se tornaram cada vez mais presentes na pauta da mídia nacional também.

Durante o 13º Salão Latino-Americano de Veículos Híbridos-Elétricos, realizado na segunda quinzena de setembro, além da cobertura feita por diversos portais de conteúdo, revistas e jornais, a rede Bandeirante fez uma breve matéria sobre o assunto que foi ao ar no seu jornal noturno. No destaque, nosso colega Ricardo, um dos brasileiros que reservaram o Tesla Model 3, depositando não apenas U$ 1 mil na conta do Mr. Elon Musk mas, também, depositando a esperança de contribuir para que a mobilidade elétrica seja uma realidade no nosso país. Faço parte dessas poucas centenas de brasileiros que reservaram seu Model 3. Nem sei se vou ter dinheiro para comprá-lo quando, finalmente, chegar ao nosso país. Mas queria ajudar de alguma maneira e, se não puder comprar, recebo de volta o dinheiro da antecipação. Para assistir à matéria, basta clicar na imagem abaixo.

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Matéria da Rede Band. Veículos elétricos estão cada vez mais presentes na mídia.

Após a Bandeirante abordar veículos elétricos, no mês seguinte o programa AutoEsporte, da rede Globo, também colocou os veículos elétricos na pauta. Desta vez, pelas informações que recebi da produção do programa, a idéia era dar foco na sustentabilidade, auto-suficiência e economia. Como já havia participado de outra matéria sobre manutenção programada pelo próprio veículo, no ano passado, me disseram que não poderia participar dessa. Mas, nossos presidente e secretário da ABRAVEI, respectivamente, Edgar e Leonardo, seriam personagens perfeitos para a matéria. O Edgar, pelas contas na ponta do lápis sobre a economia do elétrico versus convencional; e o Leonardo, por ser  auto-suficiente em geração de energia, já que possui usina solar fotovoltáica na sua residência capaz não apenas de abastecer seu carro mas, também, toda demanda doméstica.

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Em primeiro plano, Edgar e seu i3. Atrás, o piloto César Urnhani, do AutoEsporte, preparando para carregar um BYD no eletroposto do Graal do km 56 da Rodovia dos Bandeirantes.

Apesar de não aparecer na matéria, ajudei a produção do programa a identificar que alguns veículos elétricos que haviam conseguido para ilustrá-la, no caso um Fiat 500e e um Kia Soul BEV, não eram compatíveis com a maioria das estações de recarga disponíveis na cidade de São Paulo. Isso porque usavam o padrão norte-americano para cargas de corrente alternada e o que temos no Brasil é o padrão europeu. E, assim, indiquei a Neo Solar, empresa que vende carregadores para carros elétricos e, também, um cabo adaptador que permite que o padrão americano seja conectado ao padrão europeu.

Fiquei muito satisfeito por ter ajudado e, também, por termos mais porta-vozes falando sobre mobilidade elétrica num programa de tanta audiência como o AutoEsporte. E a previsão do Andy Warhol, sobre os 15 minutos de fama, se confirmava com meus colegas abraveianos. No entanto, não é que a produção do AutoEsporte me procurou de novo? Agora, a idéia era que eu falasse sobre a ABRAVEI e o que nos motivou a criar a associação. E isso a bordo do meu i3. Combinamos cedinho no estacionamento do Shopping Vila Olímpia, que conta com uma vaga para carros elétricos com Wallbox (carregador semi-rápido da BMW) no Vallet. Pra minha sorte, esse shopping fica a duas quadras de distância da Dinamize, empresa em que trabalho, o que não atrapalharia minha rotina profissional.

Chegamos – eu e a produção do programa – no horário combinado. E, surpresa: eles tinham levado o Fiat 500e. Prepararam meu carro, instalando duas câmeras dentro dele, fizeram tomadas dele sendo carregado e, então, partimos para umas voltas no entorno do shopping.

O produtor fazia perguntas, mas não aparecia. E eu ia respondendo, um olho no trânsito e outro no produtor…. epa. Não pode olhar pro produtor e nem para a câmera. Gravemos novamente.  😉

A van da produção do programa ia à frente, fazendo tomadas externas do veículo em movimento. E, com um rádio HT, me davam as orientações: “- Ultrapassa pela direita, fica atrás a uns 2 metros, vira aqui, vira ali, mais uma vez…”. E deu tudo certo. Sugeri ao produtor que ele perguntasse se carro elétrico era coisa para quem tem dinheiro. O objetivo era encaixar a frase sensacional, cunhada pelo colega Leonardo, de que “carro elétrico é coisa de pobre”, por economizar horrores no custo do combustível e na manutenção. E assim foi feito. Se vai sair na matéria, não sei. Afinal, o programa é relativamente curto e, então, é comum que a maioria do conteúdo gravado seja cortado na edição. É mais ou menos assim: grava-se duas horas para sair 2 minutos. Tomara que os dois minutos sejam os nossos melhores.  🙂

De volta ao estacionamento do shopping para que a produção desarmasse o “circo” todo, não resisti: pedi para dar uma volta no 500e. Ali mesmo, no estacionamento. E deixaram. E que legal: o 500e arranca como um foguete. Mesma sensação de arrancada que tenho no i3. E é muito bom de dirigir: direção leve, arrancada e retomada vigorosas, bom raio de curva. Só estranhei que, ao selecionar D ou R, o carro já anda sem pisar no acelerador,  semelhante a um carro à combustão com câmbio automático. No caso do i3, o carro não anda, mesmo “engatado”, se o motorista não pisar no acelerador.

A matéria do AutoEsporte deve ir ao ar ainda em novembro, provavelmente na segunda quinzena. Mas, por não ser uma matéria com “data de validade”, é possível que seja exibida mais adiante. Tudo depende das pautas que surgirem até lá. Aguardo ansioso. Essa vai pro baú e, daqui a uns 30 anos, orgulhosamente mostrarei aos meus netinhos.

Moldando a mobilidade elétrica no Brasil

Rodrigo Almeida - Fórum Brasil-Alemanha de Mobilidade Elétrica 3
Tendo o privilégio de fazer a abertura do Fórum Brasil-Alemanha de Mobilidade Elétrica.

Nos meus 45 anos de vida, nunca vivi uma situação em que poderia ajudar a definir as diretrizes de uma onda avassaladora que trará grandes impactos ao dia-a-dia da sociedade. Até agora.

A onda chama-se mobilidade elétrica. E ela veio pra ficar. Aliás, nem veio ainda ao nosso país. Mas já dá para avistá-la ao longe: um tsunami chegando a quilômetros de distância. E ele é inexorável.

Estes últimos meses foram recheados de gratas surpresas para a ABRAVEI e, de carona, para mim: fomos convidados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) para integrar o GT-7, grupo de trabalho sobre eletromobilidade do programa Rota 2030. Para ter uma idéia, além da ABRAVEI, que é a única entidade que representa os consumidores e usuários da tecnologia, fazem parte do GT-7, também, as seguintes entidades e organizações: Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), Agência Brasileira De Desenvolvimento Industrial (ABDI), Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (ABRABAT), Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (ABEIFA), Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Associação Brasileira Do Veículo Elétrico (ABVE), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), BNDES, BYD, Confederação Nacional dos Metalúrgicos / CUT, CPFL Energia, Eletra, INMETRO, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC), Ministério de Minas e Energia (MME), Sindipeças, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, WEG e o próprio MDIC.

Cabe ao GT-7 definir as diretrizes e política governamental de longo prazo para a mobilidade elétrica no Brasil. Trata-se de uma grande responsabilidade e de um enorme privilégio poder fazer parte disso tudo mais diretamente, junto com outros colegas da ABRAVEI como o Rogério e o Duda.

Vale lembrar que a ABRAVEI está prestes a completar apenas 6 meses de existência. E, além da participação no GT-7 do MDIC, fomos convidados para participar do Fórum Brasil-Alemanha de Mobilidade Elétrica, promovido pelo PROMOB-e nos dias 17 e 18 de outubro. O PROMOB-e “é um projeto de cooperação técnica executado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) em parceria com o Ministério Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ,) por meio da agência alemã de cooperação internacional Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, no âmbito da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável. O projeto iniciou suas atividades em 2017, com previsão de encerramento em 2020.”

O evento proporcionou um excelente networking com representantes de diversas empresas e entidades que estão diretamente ligadas à mobilidade elétrica do país. E, como se tratava de um evento sobre mobilidade elétrica, ofereci – e foi prontamente aceito – deixar meu carro em exposição no espaço reservado à feira de boas práticas promovida pela organização do evento. Esse espaço contou, inclusive, com um estande da ABRAVEI, além de estandes da CPFL, Siemens,  UFSC, Bosch, MOBQI e Itaipu Binacional. Creio que, a médio prazo, colheremos grandes frutos oriundos dos contatos feitos no evento.

Como se já não estivesse tudo muito bom, por intermédio do amigo e ex-(e futuro)-proprietário de um carro elétrico, Silvio, que trabalha na área de inovação do Santander, tivemos uma reunião com seus colegas da área de Sustentabilidade do banco.

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Da esquerda pra direita, eu, Nasser, Silvio e Fabiano. E, ao fundo, o personagem principal: o carro elétrico.

Como o Santander tem um posicionamento de apoiar iniciativas sustentáveis, esta primeira conversa teve como objetivo a troca de idéias e experiências que, se tudo der certo, podem culminar numa linha de produtos do banco que ajude a tornar os veículos elétricos uma opção financeiramente viável para quem tem condições de comprar um carro convencional. Nossa reunião começou, inclusive, com uma carona no meu i3 para que todos pudessem vivenciar, na prática, como é andar num veículo elétrico. Silvio, Nasser e Fabiano, meu muito obrigado pela atenção e tempo despendidos.

E termino dizendo que atuei de cupido elétrico. Ao assistir uma apresentação do mestre René De Paula  Jr., figura de destaque no marketing digital e Internet no país, conversamos sobre carro elétrico. E ele me perguntou se conhecia alguém que estivesse vendendo um. Era o caso do Silvio. E…bingo. A Gláucia, esposa do Renê, tornou-se a mais nova proprietária de um carro elétrico e integrante deste hospício chamado ABRAVEI.

 

ABRAVEi no 13º SalãoLatino-Americano de Veículos Híbridos-elétricos

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VE Experience: espaço para troca de informações e experiências dos associados da ABRAVEi com o público em geral.

Nos dias 21, 22 e 23 de setembro, aconteceu no pavilhão amarelo do Expo Center Norte o 13º SalãoLatino-Americano de Veículos Híbridos-elétricos, Componentes e Novas Tecnologias. E, a ABRAVEi esteve presente.

O salão, maior evento de eletromobilidade do país, já virou tradição. E, este ano, a MES Eventos, organizadora, cedeu um espaço gratuito à ABRAVEi para promover a troca de informações e experiências com o público, batizado de VE Experience.

Infelizmente, só puder participar de um dia do evento, mas nossa equipe abraveiana contou com a participação do Edgar, Leonardo, Michelli e Rogério, que veio de Brasília. E, também, com a presença de ilustres convidados que realizaram palestras memoráveis, como o consultor Luiz Roberto Imparato, o professor Wanderlei Marinho da Silva e o Elifas Gurgel, outro que veio de Brasília para falar sobre conversão de veículos elétricos. O Elifas converteu brilhantemente um Gol em veículo elétrico e é referência no assunto.

Uma das atividades realizadas pelo nosso grupo no VE Experience, foi o test ride: uma carona indoor esclarecedora em um carro elétrico, recheada de informação sobre como é o dia-a-dia de um proprietário e early adopter dessa tecnologia. Confira abaixo algumas fotos do evento.

Como nem tudo são flores, no caminho do salão havia um buraco. Havia um buraco no caminho. E….dois pneus com bolha, sendo que um chegou a rasgar. São Paulo, terra da garoa e de ruas que mais parecem um queijo suíço.  😦  E dá-lhe vulcanizar os dois pneus. Já é quarta vez que isso acontece, pois os pneus do i3 são feitos para pisos decentes, coisa rara na capital paulista, infelizmente.

BYD doa carros à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo

E, pra variar, nós da ABRAVEi estávamos presente.

 

Quarta-feira, 6 de setembro, 6h35min. Como já tinha acordado e desligado o modo “não perturbe” do meu celular, o primeiro alerta do WhatsAPP foi do Caputo, da BYD. Dizia o seguinte:

CASO ALGUÉM TENHA INTERESSE:
HOJE IREMOS ENTREGAR OS CARROS PARA A GUARDA CIVIL DE SP
NA PREFEITURA
VIADUTO DO CHÁ No 9
Será às 9:30 da manhã na frente do prédio com a presença do prefeito.
Caso alguém for me chame no cel ok?
Obrigado a todos

Após tomar meu café-da-manhã e olhar a agenda, vi que teria uma reunião na Zona Leste e a prefeitura estava no caminho. Eu vou! E o Edgar, nosso presidente da ABRAVEi, também confirmou que iria.

Como as novas camisetas da ABRAVEi tinham ficado prontas, seria uma boa oportunidade para estreá-las. Aliás, as camisetas são feitas de fibra de PET reciclável e algodão. Mobilidade elétrica E sustentável, certo?

Chegamos antes mesmo do Caputo e conhecemos o Marcello e outras pessoas da BYD. Aliás, em cada ocasião em que eu e a BYD estamos presentes, conheço novos colaboradores da empresa. Mas uma figura parece ser onipresente e onisciente: o Caputo. Aliás, cadê ele?!? Até o vereador Salomão Pereira, que conheci no dia, também perguntou pelo Caputo. Acho que ele deveria considerar lançar-se como candidato a vereador na próxima eleição.

Chegou o Caputo. E fomos juntos a uma sala da prefeitura para a coletiva de imprensa. A mesa era composta por secretários municipais, oficiais da GCM – Guarda Civil Metropolitana, BYD e, claro, o prefeito. Como o Dória é muito conciso e competente em seus discursos, apresentou a parceria entre a BYD e a prefeitura e, em pouco tempo estava posando para entrega simbólica da chave de um dos carros, feita pelo Marcello da BYD. A parceria, por sinal, compreende a doação de 4 carros (dois sedans e5 e duas vans – pois não consigo chamar de SUV – e6). Nesta ocasião, foram entregues um e5 e um e6 com 300km e 400 km de autonomia, respectivamente. Serão utilizados no patrulhamento do centro da cidade e do parque Ibirapuera.

Prefeito

Quando o prefeito chegou, em uma breve oportunidade, pedi para tirarmos uma foto. E ele respondeu que faríamos isso assim que terminasse a coletiva de imprensa. Porém, logo que ela terminou, uma pessoa do cerimonial disse que as fotos seriam tiradas em frente à prefeitura. Nesse momento, me aproximei do prefeito e pedi para ter um pitch de 30 segundos, ao que ele consentiu.

“PrefeitosomosdaABRAVEiaassociaçãodosproprietáriosdeveículoselétricostemosalgumasidéiasquepodemincentivarademandaporveículoselétricossemquehajarenúnciafiscalequeremossabercomquempodemosfalarnaprefeitura”

Isso aí é para ter noção de como consegui encaixar tudo que queria falar em 30 segundos.  🙂 E ele nos recomendou falar com o Secretário de Transportes além de, gentilmente, quebrar a orientação do cerimonial e tirar uma foto comigo e o Edgar lá mesmo na sala de imprensa.

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Entre Edgar e eu será que está nosso futuro presidente?!?

A única coisa de que me arrependi foi não ter dito a ele que já estamos em contato com o assessor do secretário de transportes há uns três meses. Tentando, sem sucesso, marcar uma audiência com o secretário ou alguém da sua equipe para discutir uma pauta bem recheada de assuntos que já lhe foi encaminhada, inclusive. Cheguei, até, a mandar para esse assessor a foto acima dizendo que o “prefeito mandou falar com o secretário”. Isso tudo por WhatsAPP. E o assessor do secretário leu (adoro os tracinhos azuis). Mas tudo continua na mesma.  😦

Aproveitei a presença do novo secretário do Verde e Meio Ambiente para pedir-lhe um contato que pudesse ajudar a esclarecer porque o decreto do ex-prefeito Haddad, que prevê a devolução de 40% do valor do IPVA aos proprietários de carros elétricos e híbridos, não estava sendo cumprido. Obtive o nome e nos próximos dias tentarei falar com o indivíduo. Assim como também vou insistir com o assessor do secretário de transportes para marcarmos a audiência. Em último caso, como tenho o e-mail do próprio secretário, pois já o conheci pessoalmente, estou considerando mandar a foto acima com uma legenda tipo “o chefe mandou um abraço. E pediu pra eu falar com você”. Será que funcionaria?

Um feriado eletrizante em Brasília.

Inauguração de vagas com carregadores em hotel e shopping, encontro de veículos elétricos e políticas públicas favoráveis: Brasília desponta como uma das cidades mais receptivas à mobilidade elétrica.

 

Estou em dívida com meu blog e os incríveis leitores que ele possui. A rotina de trabalho, aliada ao fato de morar sozinho e ter que me virar com as lidas domésticas, não tem me deixado parar para relatar os acontecimentos. E foram muitos. E relevantes. Então, vou começar pelo mais recente.

Expedição São Paulo – Brasília. A ida.

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Edgar, eu e nossos pinguins numa das muitas paradas para encher o tanquinho do REx – extensor de autonomia do veículo.

No feriado da Independência partimos, eu e Edgar, presidente a ABRAVEi, rumo à Brasília. Acabei convencendo-o a nos encontrarmos às 5h no posto Graal do km 67 da Anhanguera para, dali, seguirmos viagem com uma boa carga nas nossas baterias, afinal esse posto conta com uma estação de recarga rápida mantida em parceria com o projeto Emotive da CPFL. Comigo, uma menina que se tornou grande parceira de aventuras, minha filha.

Foram mais de 1 mil quilômetros a bordo dos nossos i3. Usamos e abusamos do REx – extensor de autonomia que, com um tanquinho de 9 litros de gasolina, tem a missão de garantir até 140 quilômetros adicionais. E garante mesmo, mas em condições conscientes de condução. Foram dez paradas para abastecimento e cerca de 16 horas de viagem. Mapeei os postos em que deveria parar para abastecer o REx, observando a autonomia do carro, e recebi um alerta do Edgar que se confirmou verdadeiro: apesar de constarem no Google, vários postos de combustível ao longo do trecho no estado de Goiás não existem ou são “fantasmas”, abandonados. Bingo. Justamente o último posto era fantasma. Pior: ficava do outro lado da rodovia e, como tinha um restaurante funcionando, nos fez gastar preciosos três quilômetros para fazer o retorno. E só para descobrir que não existia mais combustível ali há um bom tempo. Mais três quilômetros pra voltar ao sentido certo da rodovia e seguimos.

Cerca de vinte quilômetros mais à frente, e com nossas baterias já entre 30% e 40% (eu acabei bobeando no uso do REx e fiquei com menos bateria do que o Edgar), passamos por um posto que não foi muito bem avaliado por meu presidente quando de sua primeira ida sozinho à Brasília há alguns meses. Com toda minha inocência misturada com excesso de confiança, falei que haveria um posto em mais uns 10 quilômetros, pois havia pesquisado. Que nada. Levamos mais uns 20 quilômetros para achar um posto e cheguei com 14,5% de bateria. Como o caminho até Brasília não teria mais uma grande variação de altitude, com muitas subidas, creio que daria para ir com essa carga, após abastecer o REx, e chegar com uns 10%. Mas, para evitar correr riscos desnecessários, realizamos um procedimento de ligar o REx manualmente, com o carro parado, procedimento esse que é usado para medições de emissão. Apesar de não ser o objetivo, isso acaba carregando um pouco a bateria. Para ser exato, 1% a cada 3 minutos e 46 segundos. Assim, ficamos por mais de meia hora e partimos, ele com cerca de 30% e eu com 27,5% de carga. Mais aliviados, pero no mucho, pois costumamos manter a bateria sempre no mais alto nível possível quando viajamos, de preferência, (bem) acima de 50%. Mas, com essa carga obtida por um método que nosso colega Duda achou ser quase uma “simpatia” ou “mandinga”, seguimos viagem. Paramos ainda mais uma vez para abastecer, já nos arredores de Brasília, mas apenas para garantir que teríamos autonomia suficiente para deslocamento ao chegar na capital, pois não sabíamos exatamente o que nosso “homem em Brasília”, Rogério, tinha em mente ao nos receber. O Rogério, que é conselheiro e diretor da ABRAVEi em Brasília, redefiniu, por sinal, o sentido de ser multitarefa, cuidando de, pelo menos, três eventos bastantes importantes e sensíveis, além de suas questões profissionais.

Enfim, chegamos. Nos encontramos na casa do Rogério e ele nos levou ao Mercure Líder Brasília, hotel que nos cedeu, graciosamente, suítes durante o feriado. Como a vaga para carro elétrico com carregador (wallbox) que seria inaugurada no dia seguinte já estava funcional, o Edgar deixou seu carro nela e, eu, utilizei um carregador portátil na vaga pessoal do Rogério, que trabalha no mesmo prédio do hotel e cuja vaga de garagem tem tomada.

 

A ameaça terrorista do Hoverboard

 

O dia seguinte, 8 de setembro, começou cedo, pois às 8h deveríamos levar nossos carros à loja da Restaura Car, no Brasília Shopping, a duas quadras do hotel. O Sr. Bonfá, proprietário e franqueador da Restaura Car, ex-professor e extremamente simpático, nos deu de presente uma lavagem completa com enceramento. E, de brinde, uma aula sobre cuidados com o veículo. Figuraça, o Bonfá.

A idéia era deixar o carro para os cuidados e passear de manhã com filha no Parque da Cidade, ela de hoverboard elétrico e eu de patinete movido a jumento (eu, no caso). Mas, não sei se pelo fato do hoverboard ter vindo meio solto no porta-malas do carro, ou pelo tombo que minha filha levou com ele no hotel, o treco simplesmente parou de funcionar, acendeu uma luz vermelha e, pra piorar, ficava apitando incessantemente como se fosse explodir. Resumo da ópera: perdemos a manhã inteira tentando achar quem consertasse. No fim, abri o aparelho e desconectei a bateria. Ao reconectá-la, voilá, o maledeto voltou a funcionar normalmente. Só que, desta vez, não desligava nem com reza braba. E, se ficasse sem usá-lo por alguns minutos, ele apitava também. Desconectei novamente a bateria, perdemos a manhã, mas o artefato desenvolvido pelo Estado Islâmico não explodiu.

À tarde, tour pela Brasólia com a filha e a namorada, conhecendo alguns dos principais cartões-postais da cidade. E uma visita ao memorial JK que me deixou com lágrimas nos olhos. Juscelino foi o maior estadista que já tivemos no país em minha opinião. E ver um pouco de sua história, bem como a da capital federal, é emocionante.

 

Inauguração da primeira vaga para carros elétricos em hotel

À noite, houve a inauguração formal da vaga para carros elétricos disponibilizada e mantida pelo Mercure Lider. O primeiro da rede Accor em toda a América Latina, segundo afirmou o Fernando, gerente do hotel. Mas, arrisco dizer que é o primeiro em geral, independente da rede da qual faz parte, a oferecer tal comodidade. O prédio também abriga, além do hotel, conjuntos comerciais. E seu síndico, Alberto, morou 30 anos nos EUA e trabalhou com venda de veículos. Por isso, ele já estava “contaminado” com o vírus da mobilidade elétrica e abraçou junto com o Mercure Lider a iniciativa do nosso “Abraveiano” Rogério.

A inauguração contou com uma cerimônia bem organizada, com serviço de coquetel, corte da fita inaugural e uma singela, mas extremamente sincera, homenagem da ABRAVEi à iniciativa, na figura de uma placa metálica entregue aos senhores Fernando e Alberto. Mais uma vez, a Volvo apoiou a ABRAVEi cedendo um belíssimo XC90 híbrido plug-in para estrear a vaga com recarga oficialmente.

Para fechar o dia com chave de ouro, jantamos todos nós, da ABRAVEi, com nossas respectivas esposas/namoradas e filhos com o empresário que está trazendo a montadora chinesa Zotye para o país. Se tudo der certo, ao longo de 2018, teremos utilitários e carros da marca, elétricos claro, a preços extremamente convidativos. Como não sei o quanto a informação é sigilosa, paro por aqui. Mas fiquei animado e coloquei meu nome na lista de espera de um dos veículos que devem vir.

 

PRIMEIRO ENCONTRO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS DE BRASÍLIA. DIA 9 DE SETEMBRO

O subtítulo merece estar todo em maiúsculas, pois representa o pique, a dedicação, a simpatia, o desprendimento, a atenção ao público e aos colegas, a amizade e todos os adjetivos que pudermos pensar e que contagiaram todos os participantes e expositores. Um evento que teve o inestimável apoio do Brasília Shopping, da Volvo, da Eurobike, da BYD, da Eletrobrás, da Itaipu Binacional, da Vela Bikes elétricas, Restaura Car e do Mercure Lider Brasilia. E, claro, que contou com os Abraveianos Duda, Edgar e Rogério (o incansável multitarefa), além de mim. Aliás, o Rogério merece, mais uma vez, uma menção especial pois, de fato, ele foi o responsável por transformar o evento em realidade. E, também, um agradecimento especial ao Elifas Gurgel, o “professor pardal” que converteu um Gol em elétrico em 2009 e que nos inspira a todos. Corro o risco de deixar algumas pessoas das empresas que estiveram presentes melindrados por não lembrar o nome de todos, então, preferi citar as empresas mas, por favor, o agradecimento é para vocês que estiveram lá e ficaram das 9h às 15h conosco.

Durante o tempo do encontro, passaram pelo local centenas de pessoas. Extremamente interessadas, de todas as idades. A receptividade ao tema da mobilidade elétrica é impressionante. Eu fiquei rouco de tanto que falei com os visitantes. E, mais uma vez, estou convicto de que o que falta para o carro elétrico se popularizar no país é preço. Precisamos de carros com valores acessíveis a quem tem condições de comprar um carro à combustão. Mas isso é assunto para outro post. Infelizmente, não tirei muitas fotos, mas o Rogério fez um vídeo e dá para ter uma visão bem abrangente do que foi o evento neste link.

 

Inauguração da vaga para carro elétrico do Brasília Shopping

Fizemos uma breve pausa no evento, deixando meu xará da Volvo responsável pelos 12 veículos expostos, para podermos inaugurar a vaga para carros elétricos do Brasília Shopping. Além da administração do shopping, esteve presente à inauguração o Secretário de Estado de Gestão do Território e Habitação do DF, Thiago Andrade que, aliás, é bem jovem e com uma visão super alinhada com a ABRAVEi em prol da mobilidade elétrica.

Vaga inaugurada, de volta ao batente. Retomamos o trabalho de evangelização junto ao público que rodeava os carros em exposição. Logo em seguida, o Edgar anunciou que partiria para São Paulo. Sozinho e depois de todo o desgaste do evento. Não teve nem chance de fazê-lo muda de idéia. E lá se foi nosso presidente para o retorno à São Paulo. Às 15h, eu já não aguentava mais: sem voz, faminto (pois não almocei), e privado da companhia da namorada e da filha – mas feliz, muito feliz pela convicção de que plantamos uma sementinha da mobilidade elétrica sustentável em cada pessoa com quem conversamos, fui embora. E com um galãozinho de combustível de 5 litros que o Rogério me cedeu para não passar aperto no trecho do estado de Goiás e seus postos-fantasma (valeu, Rogério!!).

 

O retorno

Combino com a filha que vamos acordar umas 6h e pegar a estrada às 7h. Mas, às 3h40min da madrugada, minha filha acorda com o nariz sangrando. E muito. Isso é devido à pouca umidade do ar de Brasília.

Ela não chorou, nem se abateu. Estava em seu próprio quarto, limpou-se e apenas me chamou via whatsAPP quando já tinha estancado o sangramento. Que corajosa. Bom, já que acordamos, resolvemos pegar a estrada. Despedi-me da namorada que, felizmente, conseguiu voltar a dormir e 4h30min estávamos na estrada.

Foram 15 horas de viagem ao todo. Super tranquila, sem nenhuma surpresa. E na companhia da filha, tornando esta expedição uma aventura daquelas que fazem parte da história da nossa vida. Evidentemente, usei o REx: foram 8 paradas para abastecimento e um total de 51,33 litros com uma média superior a 19 km/l. Gostaria de poder rodar em modo exclusivamente elétrico. Mas isso só seria possível com mais postos de recarga rápida ao longo do caminho. Mesmo os carros elétricos com as maiores autonomias disponíveis atualmente no mundo não seriam capazes de ir de São Paulo à Brasília sem recarregar em algum momento. De volta à São Paulo, meu carro voltaria a rodar apenas em modo elétrico, sem nem manter gasolina no tanquinho do REx, o que me deixa com a consciência tranquila. Ao longo do caminho de volta, apenas um congestionamento de cerca de uma hora na rodovia dos Bandeirantes após o último pedágio e até o Posto Graal que fica no Km 56 e que conta com uma estação de recarga rápida. Cheguei ao posto com 51% de bateria. Eu e minha filha tomamos um sorvete, fizemos um “pipi-stop” e, 20 minutos depois, partimos com 92% de bateria. Milagrosamente, o trânsito fluiu e pude rodar a 120km/h na rodovia e 90 km/h nas marginais sem nenhuma parada ou percalço.

Foram 4 dias intensos, mais de 2 mil quilômetros, 32 horas de viagem ao todo, centenas de pessoas impactadas, poucas horas de sono e muitas amizades. E valeu a pena. Tenho a consciência de que estamos fazendo parte da história, e fazendo a própria história. Daqui a uma década ou duas, seremos vistos como os bandeirantes da mobilidade elétrica, que ajudaram a abrir o caminho para que carro elétrico se tornasse uma realidade no Brasil.

Eletrizando na TV Record e em terras lusas

 

Eletrizando na Record
Eletrizando na TV Record.

No dia 29 de maio, tive a oportunidade de participar de uma matéria sobre veículos elétricos no programa Domingo Espetacular da rede Record. Assista aqui.

Achei a matéria surpreendentemente boa para um programa de TV aberta, voltado a uma audiência ampla e popular. Explicou bem a diferença entre carros elétricos e híbridos, mostrou bicicleta elétrica e ainda fez uma comparação com a realidade dos VEs no Japão.

E tão surpreendente quanto a matéria, foi o número de pessoas que vieram me cumprimentar após assistirem. Cada vez mais, tenho convicção de que se houver carros elétricos com preços acessíveis ou uma prestação que caiba no bolso, a mobilidade elétrica irá decolar no Brasil.

Já em junho, tive a oportunidade de ir à Lisboa a trabalho. E, lá, me encontrei com o presidente da UVE – Associação Utilizadores de Veículos Eléctricos de Portugal, sr. Henrique Sánchez.

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Eu e Henrique: ABRAVEi e UVE trocando experiências e camisetas.

Tivemos uma ótima conversa, que nos incentivou muito em nossa caminhada na ABRAVEi, pois a UVE já desbravou o caminho que começamos a trilhar agora. Além disso, abrimos um canal de comunicação entre as duas entidades, afinal tanto a UVE, como a ABRAVEi, vestem a camisa da mobilidade elétrica sustentável. Literalmente. E vou te contar: Portugal está anos-luz à frente do Brasil em termos de adoção de veículos elétricos, políticas públicas de incentivo e infraestrutura de recarga. Achei vários “pinguins” na rua iguais ao meu i3. Além disso, o hotel em que eu fiquei tinha vaga para carro elétrico com carregador.

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Veículos elétricos fazem parte da paisagem urbana de Lisboa e de Portugal.
Hotel 1
Duas vagas para carro elétrico no hotel. E com estação de recarga.
Hotel 2
Que inveja de Portugal.

Para encerrar esse período muito proveitoso, diversos colegas da associação que estavam com seus veículos parados nas oficinas das concessionárias por falta de peça puderam, enfim, recebê-los. As peças chegaram!!! Com isso, provavelmente, a frota circulante de carros elétricos no Brasil aumento em uns 10%.  🙂

 

ABRAVEi consolida sua atuação em prol da mobilidade elétrica

Ou, as Amarras Nacionais Fortes, Anacrônicas e VErgonhosas que Ameaçam o mercado de veículos elétricos no país

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Atendendo a um pedido da ABVE, mudamos a sigla e domínio da ABVEi para ABRAVEi. Na minha opinião, ficou até mais sonoro, além de ostentar um orgulhoso e inequívoco “BRA”.

Aliás, “ostentar” é um bom gancho para começarmos este post. Carro elétrico, no Brasil, é ostentação. Todos os veículos disponíveis atualmente para aquisição de pessoas físicas, ou que estavam disponíveis há pouco tempo e que podem circular sem restrições por ruas e estradas, são de marcas premium e/ou caríssimos em comparação aos carros convencionais.

Para entender melhor a conjuntura que leva a este fenômeno da “elitização” dos VEs de quatro rodas, pois há bicicletas e scooters elétricas com preços bem atraentes no mercado, nós, da ABRAVEi, estamos aprendendo o papel de cada ator envolvido na cadeia produtiva e regulatória do setor.

Neste sentido, estivemos presentes no Seminário Internacional Sobre Recarga de Veículos Elétricos promovido pela ANEEL, a Agência Nacional de Energia Elétrica. Um evento muito bem organizado, riquíssimo em contaúdo e networking, confortável, mas sem excessos, respeitoso com o dinheiro público que, em última instância, o financiou. A ABRAVEi esteve presente nas figuras dos nossos conselheiros Marcelo e Rogério, além de mim. Vimos experiências estrangeiras, estudos sobre o mercado e perspectivas do que vem por aí em termos de regulamentação do setor. Destaco os seguintes itens:

  • O Brasil tem cerca de 80 milhões de veículos. Se 5% do total, 4 milhões, fossem elétricos, o consumo em relação à geração de energia elétrica atual do país seria mínimo: 1,62%;
  • Cada carro elétrico rodando 30 km por dia equivale ao sequestro de carbono anual de 19 árvores. Só que cada árvore precisa de 6 m2 de área e leva anos para crescer ao ponto de contribuir significativamente para absorção de CO2. Cada ônibus elétrico rodando 200 km por dia representa a ação anual de 1.492 árvores. E, muito pior que o CO2, é o monóxido de carbono (CO) e outros poluentes que veículos à combustão lançam na atmosfera e que são altamente prejudiciais à saúde;
  • Carros elétricos representam, em média, uma economia financeira de 65% em relação ao gasto com combustível de um carro convencional;
  • Sobre regulamentação, apenas as distribuidoras de energia podem cobrar por recargas de veículos elétricos em que há tarifação sobre a energia consumida e lucro sobre o serviço. E qualquer investimento que elas façam em infraestrutura de estações de recarga não pode ser refletido na conta de luz da população. Isso se chama subsídio cruzado e está rigorosamente contra a determinação da ANEEL.
    • Meus comentários sobre esse item: a maior carência que temos no país, atualmente, é a de estações de recarga rápida que permitam deslocamentos intermunicipais e interestaduais. Os equipamentos são caros e a conta não fecha para que a distribuidora recupere o investimento feito nessas estações apenas com a cobrança da recarga, pois a frota de VEs nacional é ínfima. Mas, a CPFL apresentou uma “proposta híbrida” em que a ANEEL poderia determinar o ritmo da instalação das estações, evitando distorções ou abusos na implantação da infraestrutura de recarga. O reflexo na conta de luz seria de apenas 0,2%. Apesar de concordar com o conceito de não se ter subsídio cruzado, me parece que 0,2% a mais na conta de luz da população é plenamente justificável considerando que ajudaria a reduzir a emissão de poluentes, bem como tornar o veículo elétrico mais atrativo, o que, em última análise, beneficiaria toda a população atendida pela distribuidora.
  • Vislumbro caminhos que, a princípio, tornariam viável a implantação de estações de recarga rápida e que estão totalmente em conformidade com as orientações da ANEEL e regras do mercado de energia. Devemos ter reuniões com fabricantes de equipamentos de recarga ainda este mês para discutirmos esses caminhos.
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Em primeiro plano, o Alexandre, da BYD, que me pegou fazendo “biquinho”. Também à mesa, representantes da ANEEL e das empresas NETEC, Graal e CPFL além, claro, da ABRAVEi.

Independente da formatação final da regulamentação sobre recarga de veículos elétricos no país, não considero que a ampliação de infraestrutura de recarga seja o ponto onde vamos colocar a alavanca de Arquimedes para mover o mundo da mobilidade elétrica no Brasil, tirando-o da inércia. Afinal, a tomada de casa ou do trabalho é responsável por mais de 90% das recargas de um veículo elétrico. Então, é preciso gerar demanda. O resto vem a reboque. E, para gerar demanda, é imprescindível trazer opções mais em conta de carros elétricos para o país. E isso passa pelo legislativo.

No final deste ano, encerra-se o programa Inovar Auto, que concede benefícios às montadoras que investiram em fábricas no Brasil e atribui alíquotas de IPI conforme a cilindrada e combustível dos motores. Entretanto, as alíquotas de IPI não previam os veículos elétricos e, atualmente, eles são taxados pela alíquota mais alta, de 25%, que é a mesma destinada a veículos com motores a gasolina partir de 2 mil cilindradas:

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O novo programa de regime do setor automotivo, chamado de Rota 2030, prevê taxação de IPI de acordo com a eficiência energética do veículo, como esclarece esta matéria. A idéia é sensacional, certo? Faz todo o sentido implementá-la, considerando que o mundo busca a redução da emissão de gases de efeito estufa e esse regime faria com que veículos elétricos tivessem a menor carga de IPI, tornando-os mais acessíveis à população, certo? De acordo com a ANFAVEA, não: Veja aqui.

A ANFAVEA, cujo lobby é poderosíssimo junto ao governo, se borra de medo de que os veículos elétricos decolem no Brasil. Isso porque ela defende os interesses das montadoras que possuem fábricas instaladas no país e que querem rentabilizá-las ao máximo, obter o máximo de retorno sobre o capital que investiram em suas instalações. A ENORME IRONIA é que essas mesmas montadoras estão investindo pesado em veículos elétricos nos mercados norte-americano, europeu e chinês, pois há imposições dos governos locais sobre restrição de emissões de veículos, ou imposição de uma determinada cota de veículos elétricos produzidos, que todas devem seguir. E, nos locais onde ainda não haverá essas imposições futuras, já existe um mindset favorável aos veículos elétricos em contraposição aos veículos à combustão. Não nos iludemos, entretanto: os incentivos para veículos elétricos – financeiros ou não – ainda são imprescindíveis em todos os mercados mundiais até que eles atinjam um maior nível de maturidade e andem com suas próprias pernas.

Quem tem mais de 30 anos, lembra o quanto o Brasil era defasado em termos de tecnologia automotiva: nossos automóveis estavam, pelo menos, duas décadas atrás do que existia nos mercados americano e europeu. Isso mudou com a abertura de mercado. ALELUIA!! Mas, se a ANFAVEA conseguir sobretaxar os elétricos no Brasil, viveremos situação parecida: o mundo desenvolvido caminhando para a eletrificação da frota e nós, em Pindorama, poluindo cada vez mais e enaltecendo os motores à combustão que, certamente, ganharão um “verniz” de eficiência energética em campanhas publicitárias maquiavélicas que enaltecerão as qualidades de motores pequenos, altamente econômicos e eficientes em comparação aos motores de gerações anteriores. Por mais verdade que esses motores novos sejam muito eficientes, como os de 3 cilindros que estão sendo utilizados e desenvolvidos por várias montadoras no Brasil, eles continuarão queimando combustível, oras. É algo como enaltecer a qualidade da lâmina do carrasco, muito mais bem forjada, mais bem afiada, com uso de materiais nobres e com um design muito mais inovador em relação às lâminas anteriores. Mas, ao final, ela vai continuar decepando sua cabeça. Ou, no caso do nosso exemplo, fazendo você respirar CO, CO2 e contribuindo para o efeito estufa que assola o planeta.

Destacando as coisas boas

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Rogério e eu no complexo Brasil 21: 4 vagas para VEs com três carregadores semi-rápidos.

Nem tudo é rançoso no meu post. Tive a oportunidade de visitar o complexo Brasil 21 em Brasília. Um condomínio comercial com várias lojas, moderno, e que conta com quatro vagas para veículos elétricos, sendo duas no subsolo e duas no térreo, e três carregadores. A Itaipu tem uma sede no local. Antes, Furnas estava no local. Nosso colega Rogério teve papel relevante na implantação do que considero a melhor infraestrutura de recarga disponível na capital federal, orientando sobre os padrões de recarga, pedindo tomadas extras nas vagas, entre outras contribuições. E o Rogério não parou por aí: também atuou para que o hotel Mercure Brasília contasse com uma vaga com recarga para VEs, além de outras iniciativas sobre as quais falaremos futuramente, assim que vingarem.  😉

Destaco, ainda, o relevante apoio que temos recebido da Volvo. Apoio que não envolve um tostão, para deixar claro: a montadora esteve presente em nosso encontro no posto Graal em Jundiaí no dia 29 de abril, emprestou um Volvo XC90 híbrido plug-in para participar do comboio que foi à Teresópolis e emprestou novamente o XC90 para irmos ao Seminário da ANEEL. Aliás, esse era o único veículo com possibilidade de locomoção 100% elétrica e recarregável em tomada que esteva presente ao evento. A Volvo está investindo em sua marca ao nos apoiar? Claro. E que continue assim.  🙂 Também é importante destacar os apoios que recebemos da BYD, Porto Seguro, Carbon Zero, Cooltra, Rede Graal, CPFL, Neosolar e Golden Zone.